Intensifica-se a luta contra a poluição dos Oceanos
A poluição dos oceanos, nomeadamente a que está relacionada com os plásticos, é um flagelo que afeta cada vez mais os ecossistemas marinhos. Contudo, a comunidade cientifica está a desenvolver soluções cada vez mais eficazes, de forma a combater este problema. Saiba tudo connosco!
Esta semana está a ser marcada pela divulgação de uma ótima notícia para os Oceanos do nosso Planeta: O projeto Ocean Cleanup está a desenvolver uma nova técnica de recolha de resíduos sólidos que permite recolher mais resíduos de forma mais rápida e eficaz, tenho como objetivo principal a erradicação da presença de plásticos sólidos nos oceanos.
Desde o ano de 2013 que o Ocean Cleanup desenvolve soluções de recolha de lixo oceânico, mais ou menos rudimentares, sendo que a atualização apresentada no início desta semana pode fazer toda a diferença na recolha de plásticos, que como é sabido, formam imensas “ilhas” prejudicando algumas atividades, como a navegação e principalmente todos os ecossistemas marinhos.
Originalmente, este projeto dispunha de um conjunto de barreiras que através das forças dos oceanos recolhiam os detritos sólidos, ou seja, era utilizada propulsão passiva. Uma enorme barreira flutuante em forma de “U”, ancorada ao fundo do oceano, aproveitava as correntes marítimas para captar os plásticos e os restantes resíduos sólidos.
Posteriormente, tentou-se utilizar o mesmo modelo, mas apostando nas barreiras flutuantes e não estáticas. Continuavam a depender da dinâmica das correntes marítimas, mas há medida que se moviam captavam os resíduos de forma mais eficiente. Contudo, os gestores deste projeto não estavam satisfeitos: é hora de passar a utilizar propulsão ativa!
Como é expectável que se retire mais plástico dos Oceanos?
A equipa de investigadores decidiu avançar para a propulsão ativa, ou seja, mantendo a barreira em “U” em movimento com a ajuda de embarcações tripuladas. Estas embarcações rebocam a estrutura que recolhe os resíduos a uma velocidade constante de 1,5 nós (aproximadamente 2,8 km/h). Desta forma, é possível canalizar os resíduos plásticos para uma bolsa de retenção na extremidade oposta à entrada, que tem uma grande capacidade de armazenamento.
A utilização de propulsão ativa tem ainda uma enorme vantagem: é possível direcionar as estruturas que recolhem o lixo para as áreas onde é mais urgente a recolha do mesmo, áreas de alta concentração de resíduos. Uma das áreas mais afetadas pela presença de plásticos é o Pacífico Norte, na área entre a costa Oeste dos Estados Unidos a América, e o Sudeste do Arquipélago do Japão, passando ligeiramente a Norte das ilhas do Havai.
Esta atualização, recentemente apresentada, designa-se “Jenny” e consiste numa barreira com 800 metros de extensão que permite a recolha de dezenas de toneladas de lixo, maioritariamente plástico. Entretanto, o primeiro teste foi na área identificada acima, sendo que nos próximos meses vão ser desenvolvidos cerca de 70 testes que pretendem comprovar que esta nova forma de recolha, para além de muito mais eficaz, não tem impactes negativos nos Oceanos, não representando qualquer tipo de perigo.
Infelizmente, os habitantes do Planeta Terra continuam a lançar diariamente, tanto nas redes hidrográficas como diretamente nos Oceanos, toneladas de plásticos. O sistema que começou a ser utilizado esta semana tem a vantagem de poder intercetar os plásticos logo que os rios desaguam nos Oceanos. Assim, será possível a partir de agora recolher mais resíduos em menos tempo, de forma mais eficaz e, obviamente, com impactes muito positivos na fauna e na flora marinhas.