Indústria alimentar e das bebidas exportou 3.991 milhões de euros até junho. Espanha é o principal mercado
Espanha, França, Brasil, Itália e Alemanha são os principais destinos das exportações portuguesas da indústria alimentar e das bebidas. As vendas para o exterior cresceram 9,46% em comparação com igual período de 2023, revelam os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística.
Em 2023, as exportações portuguesas da indústria alimentar e das bebidas tinham atingido 7.526 milhões de euros, o que significou um crescimento de 6,86% face a igual período de 2022. E, este ano, a tendência de crescimento mantém-se. Só no primeiro semestre de 2024, as exportações do mesmo setor atingiram os 3.991 milhões de euros, o que significa uma subida de 9,46% por comparação com igual período de 2023, revelam os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Números que traduzem um aumento de 13,87% face ao primeiro semestre de 2023, de acordo com os dados do INE, e que também mostram que as vendas para fora da UE cresceram apenas 1,25%. Ou seja, no primeiro semestre de 2024 as exportações da indústria alimentar e das bebidas para fora do espaço europeu cifraram-se em 1.291 milhões de euros.
A FIPA - Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares, conhecedora destes dados, faz notar que, por países, a Espanha ocupa o primeiro lugar no pódio das nações da União Europeia que mais compra à indústria alimentar e das bebidas portuguesa. Nos primeiros seis meses de 2024, o país vizinho absorveu 1.504 milhões de euros à indústria nacional, o que representa um aumento a dois dígitos (12%) face a igual período de 2023.
Primeiro Espanha, depois a França
O segundo lugar do pódio dos países europeus que mais compra a Portugal pertence à França. Nos primeiros seis meses de 2024, o país organizador dos últimos Jogos Olímpicos comprou às empresas industriais de produtos alimentares e de bebidas bens no valor de 354 milhões de euros. É um crescimento de 4% face ao primeiro semestre do ano passado, assinala a FIPA, que organiza o seu 9º congresso a 30 de setembro, em Lisboa.
Por sua vez, Itália e Alemanha ocupam, respetivamente, o terceiro e quarto lugares nos países que mais contribuem para as vendas de bens alimentares e bebidas, também contribuindo para a diminuição do défice da balança comercial do setor.
No caso de Itália, até se registou “um crescimento de 32% face a igual período homólogo (primeiro semestre) de 2023, o que traduz vendas no valor de 210 milhões de euros”, assinala a Federação liderada por Jorge Tomás Henriques.
As exportações para a Alemanha, essas, ficaram-se pelos 113 milhões de euros, mas, ainda assim, representaram “um crescimento de 6%”, segundo os dados do INE.
De assinalar que, em 2023, o primeiro lugar nas exportações deste setor dentro da UE foi ocupado pela Eslováquia (35,40%), Irlanda (31,09%) e Polónia (30,20%).
Brasil destaca-se, no resto do mundo
Voltando ao primeiro semestre de 2024, no resto do mundo o Brasil destacou-se, ao absorver bens alimentares portugueses no valor de 336 milhões de euros. Com isso, impulsionou as exportações da indústria alimentar e das bebidas de Portugal em cerca de 25%, face ao primeiro semestre de 2023.
Ainda por comparação a igual período do ano passado, o défice da balança comercial da indústria alimentar e das bebidas decresceu. Situa-se agora em 8,63%.
O empresário salienta, contudo, que há “incongruências no IVA e nos impostos especiais sobre o consumo”, os quais “criam entraves às empresas, sobretudo, no mercado interno, o que as leva a procurar alternativas noutras geografias”.
A FIPA faz notar que “a indústria alimentar e das bebidas é a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, tanto em volume de negócios (22,4 mil milhões de euros) como em valor acrescentado bruto (3,8 mil milhões de euros).
Esta é também “a indústria transformadora que mais emprego gera”, sendo responsável por “mais de 112 mil postos de trabalho diretos e cerca de 500 mil indiretos”, assumindo, simultaneamente, “uma grande importância no desenvolvimento do tecido empresarial, nomeadamente nas zonas do interior onde o setor situa as suas unidades industriais, e na afirmação do potencial de evolução da autossuficiência alimentar do país”, refere a FIPA.