Índice Global de Risco Climático 2021
O Índice Global de Risco Climático analisa e classifica em que medida os países e regiões têm sido afetados pelos impactos de fenómenos meteorológicos extremos.
O Índice Global de Risco Climático 2021 (IRC 2021) da Germanwatch é a décima sexta edição desta análise anual levada a cabo por esta organização.
Objetivos do IRC 2021
O Índice Global de Risco Climático (IRC) é calculado com base na análise de um conjunto de dados mais fiáveis disponíveis sobre os impactos de eventos meteorológicos extremos e dados socioeconómicos associados num determinado período.
O objetivo do IRC 2021 da Germanwatch é o de contextualizar os debates em curso sobre política climática, especialmente as negociações internacionais sobre o clima, através da análise dos impactos reais provocados por fenómenos meteorológicos extremos a nível global ao longo do ano 2019 e no período de 20 anos (2000-2019). No entanto, o índice não deve ser confundido com um sistema abrangente de classificação da vulnerabilidade climática.
Representa uma peça importante no puzzle global dos impactos relacionados com o clima e vulnerabilidades associadas ao longo de 2019 e de 20 anos. Mas, por exemplo, não tem em consideração aspetos importantes como a subida do nível do mar, glaciares a derreterem ou oceanos mais quentes e ácidos.
Resultados do IRC 2021 - Os países mais afetados em 2019
Moçambique, Zimbabué e Bahamas foram os países mais afetados em 2019 por fenómenos meteorológicos severos seguidos pelo Japão, Malawi e a República Islâmica do Afeganistão.Moçambique colocou-se em primeiro lugar na lista deste Índice IRC em 2019 devido ao forte impacto provocado pelo ciclone tropical Idai, que atingiu aquele país em março de 2019. O Idai, além de Moçambique atingiu também Zimbabué e Malawi, causando danos catastróficos e uma crise humanitária em todos os três países.
O Idai rapidamente se tornou o ciclone tropical mais mortífero e devastador do sudoeste do Oceano Índico, causando prejuízos económicos no valor de 2,2 mil milhões de dólares. No total, o ciclone afetou três milhões de pessoas e ceifou mais de 1.000 vidas.
O furacão Dorian atingiu as Bahamas em setembro de 2019 como um furacão de Categoria 5, a mais forte jamais registada naquela região. Dorian atingiu ventos de 300 quilómetros por hora e causou chuvas fortes. No total, o furacão causou 3,4 mil milhões de dólares de prejuízo, destruiu ou danificou 13.000 casas e causou 74 mortes.
Resultados do IRC 2021 - Os países mais afetados no período 2000-2019
Nos 20 anos, desde 2000 a 2019, foram identificados Porto Rico, Mianmar e Haiti como os países mais afetados, seguindo-se as Filipinas, Moçambique e Bahamas.
Em comparação com o IRC 2020, que considerou o período de 1999 a 2018, houve dois países, Moçambique e Bahamas, que entraram na lista dos dez países mais afetados devido ao impacto, em 2019, do ciclone Idai em Moçambique e do furacão Dorian nas Bahamas.
Porto Rico, Mianmar e Haiti continuam a ser os três países mais afetados no período 2000 a 2019. Estas classificações são atribuídas às consequências de eventos excecionalmente devastadores, tais como o furacão Maria em Porto Rico em 2017 e o Furacão Jeanne (2004) e Sandy (2012) no Haiti. Da mesma forma, Mianmar foi duramente atingida pelo ciclone Nargis em 2008, que causou uma perda estimada de 140.000 vidas, bem como perdas e danos materiais a aproximadamente 2,4 milhões de pessoas.
Os países em desenvolvimento são particularmente vulneráveis aos riscos climáticos e são muito mais afetados por condições meteorológicas extremas do que os países industrializados, especialmente devido à sua capacidade económica e às condições de vida da população. No entanto as perdas financeiras absolutas são mais elevadas nos países ricos.