Indicações preocupantes face à subida das temperaturas na atmosfera
A subida das temperaturas, a nível global, pode ter consequências palpáveis já este inverno. Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!
Foi batido recentemente um recorde relacionado com a quantidade de água disponível na atmosfera, em estado gasoso, também denominada de água precipitável. O aumento significativo desta água precipitável está relacionado com a subida das temperaturas na atmosfera já que por exemplo, uma subida de 1 °C pode significar que a atmosfera tem capacidade para reter mais 7% de vapor de água.
Numa análise entre o ano de 2006 e o ano de 2020 é possível perceber que a quantidade de calor acumulado na atmosfera, que provém da radiação solar, mas também da radiação terrestre, aumentou 4 vezes mais rápido do que nas décadas anteriores ao ano de 2000. Desde 1960 até 2000 o valor médio por década era de 0,53 ZJ (zettajoules), valor esse que quadruplicou para 2,29 ZJ entre 2006 e 2020.
Para que se tenha noção do problema, no mês passado o valor de água precipitável estava aproximadamente 10% acima dos valores que se registaram na década de 80 do séc. XX. O facto de o ar mais quente ser capaz de reter mais humidade também provoca alterações no padrão de distribuição da precipitação a nível mundial, pois já foram registados recordes anuais de precipitação em algumas regiões do planeta.
Implicações desta situação
Há cerca de um mês, a depressão Aline, que provocou fortes estragos em vários pontos de Espanha, fez com que superasse um recorde: o dia 19 de outubro foi o dia em que choveu em maior quantidade na região de Madrid, desde que há registos. Tendo em conta a quantidade de precipitação, as consequências foram as habituais: inundações em garagens e habitações, estações de metropolitano encerradas, queda de árvores e ruas encerradas.
Também em Portugal, o recorde de chuva acumulada num período de 24 horas foi superado este ano. Na estação meteorológica do Chão do Areeiro, a mais de 1500 metros de altitude, na ilha da Madeira, no passado mês de junho, a depressão Óscar foi responsável por 600 mm de precipitação em 24 horas, um recorde a nível nacional, que surpreende ainda mais por ter sido no início do verão.
O calor que se acumula na atmosfera, e que se espera que se continue a acumular, pode ter como principal consequência o aumento do risco de inundações e de todos os problemas que resultam desta situação em áreas já identificadas como vulneráveis. O que há a fazer? Talvez, se a população mundial mudar o seu “comportamento ambiental” possamos adiar o que parece ser inadiável.