Incêndios não dão tréguas na América do Norte
Alguns estados norte americanos, bem como algumas províncias canadianas do Oeste do continente, estão a ser fustigados por uma vaga de incêndios florestais, resultado direto da intensa vaga de calor das últimas semanas. Fique a saber tudo, connosco!
Associados às altas temperatura que têm afetado nas últimas semanas a costa Oeste dos Estados Unidos da América (EUA) e do Canadá, os incêndios florestais não têm dado tréguas a milhões de habitantes, e principalmente às centenas de homens e mulheres que combatem ferozmente as chamas. São já centenas de incêndios registados nos últimos dias, com consequências devastadoras a vários níveis.
As sucessivas ondas de calor, para além do efeito negativo nas disponibilidades hídricas, têm sido as principais responsáveis pela ocorrência de incêndios florestais, que por sua vez levaram à evacuação de centenas de aglomerados, criaram constrangimentos na rede de distribuição de energia elétrica e levaram, ainda, ao encerramento de estradas e de vias ferroviárias.
O calor registado, no oeste norte americano é considerado “excessivo” e “perigoso” pelo Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA. As autoridades dos dois países, nos últimos dias, emitiram inúmeros avisos meteorológicos devido à previsão de temperaturas muito elevadas nos estados do Nevada, da Califórnia, do Arizona, do Utah, do Oregon e de Idaho, bem como nas províncias canadianas da Colúmbia Britânica, de Alberta e de Saskatchewan.
A título de exemplo, no Vale da Morte, situado no sobejamente conhecido Deserto do Mojave, as temperaturas atingiram os 53°C no passado sábado, sendo que na sexta-feira anterior tinham atingido os 54°C. Estes valores estão assustadoramente próximos da temperatura mais elevada alguma vez registada na Terra: 57ºC no deserto de Furnace Creek, também no Estado norte americano da Califórnia.
A cidade de Lytton, a cerca de 250 km a Nordeste de Vancouver, também registou a histórica temperatura de 49,6°C, há cerca de duas semanas, sendo que cerca de 90% da área da cidade foi completamente dizimada pelos incêndios que deflagraram nas áreas florestais adjacentes.
Os incêndios, o calor e o transporte ferroviário
Para além da influência comprovada das temperaturas elevadas na ocorrência (e na intensidade) dos incêndios florestais, há ainda outro fator a ter em conta, segundo o Governo do Canadá. O transporte ferroviário, nomeadamente as faíscas produzidas pela fricção metálica podem estar a potenciar a ocorrência de alguns incêndios.
De forma a prevenir este efeito negativo do transporte ferroviário, o Governo canadiano implementou uma série de normas que estabelecem que uma locomotiva não pode exceder determinada velocidade quando a temperatura numa determinada área for superior a 30°C, bem com a obrigatoriedade de inspeção do material circulante nos 15 dias anteriores a uma circulação numa área cujo o nível de perigo de incêndio for considerado extremo.
Estas medidas surgem depois de alguns investigadores governamentais acreditarem, mediante peritagens no terreno, que uma composição de mercadorias (longa e geralmente muito pesada) pode ter estado na origem de um dos incêndios que obliteraram a cidade de Lytton.
Os incêndios nos Estados Unidos
A intensidade dos incêndios também tem ocupado as corporações de bombeiros norte americanas. O exemplo mais saliente da luta destes homens está no incêndio de 222 km2 que lavra no Estado do Nevada, sendo que nada puderam fazer contra a duplicação da sua área no passado fim de semana.
Registam-se ainda incêndios ativos nos Estados de Washington, Oregon e Arizona. Tanto as autoridades locais como as nacionais têm alertado a população para os efeitos na saúde das sucessivas ondas de calor. Não menos importante, a sensibilização da população para o uso regrado de energia elétrica de forma a minimizar a ocorrência de falhas no seu abastecimento.
De salientar que junho foi considerado pelos serviços de monitorização meteorológica da União Europeia, o mês mais quente de que há registo na América do Norte, tendo como consequência direta a morte de pelo menos 200 pessoas nos Estados do Oregon e de Washington, bem como cerca de 500 vítimas mortais nas províncias canadianas limítrofes.