Impactos financeiros dos Desastres Naturais de 2021
Em 2021, embora o Covid tenha sido o tema dominante, a crise climática continuou a provocar o seu próprio caminho de devastação. Saiba mais aqui!
Milhões de pessoas foram afetadas por fenómenos meteorológicos extremos, que trouxeram mais miséria em muitas regiões do globo, com perda de vidas e bens, bem como deslocações em massa de pessoas.
Relatório da Christian Aid
Recentemente a Christian Aid publicou um relatório onde menciona os dez eventos climáticos mais devastadores do ponto de vista financeiro de 2021 e cinco eventos que, embora tenham um custo financeiro inferior, trouxeram impactos humanos devastadores.
Os dez eventos extremos vão desde furacões nos Estados Unidos (EUA), China e Índia até inundações na Austrália, Europa, EUA e Canadá, enquanto que os cinco eventos com impacto financeiro menor referem-se a secas em África e na América Latina e inundações no Sudão do Sul.
Cada um dos dez eventos extremos identificados causou mais de 1,5 bilhões de dólares de prejuízos, chegando alguns a atingir dezenas de bilhões de dólares. Os maiores impactos financeiros foram do Furacão Ida que atingiu os EUA em agosto, das inundações na Europa em julho, seguindo-se a tempestade de Inverno no Texas.
Furacão Ida
O ciclone tropical Ida atingiu a costa do estado de Louisiana nos E.U.A no dia 29 de agosto deste ano com ventos de 240 km/h, causando destruição na sua passagem. Este furacão foi o quinto mais forte a atingir o continente americano.
As inundações devido à chuva intensa levaram a que milhares de pessoas fugissem para cima dos telhados ou para os seus sótãos, nas casas que não foram destruídas, para serem resgatadas. Cerca de um milhão de habitantes ficaram sem energia.
Milhares de residentes no Louisiana foram evacuados, cerca de 95 pessoas morreram e as perdas económicas estimadas foram de 65 bilhões de dólares.
Inundações na Europa
O segundo acontecimento financeiramente mais dispendioso foi a inundação generalizada na Alemanha, França e outros países europeus, em julho.
A velocidade e intensidade (algumas regiões com mais de 90 mm num só dia) da precipitação sobrecarregou as defesas e 240 pessoas perderam as suas vidas. Os prejuízos relatados foram de cerca de 43 bilhões de dólares.
Um estudo da World Weather Attribution concluiu que as alterações climáticas fazem com que chuvas extremas, semelhantes às que levaram às cheias em Alemanha, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo, sejam entre 1,2 e 9 vezes mais provável de acontecer, e que tais chuvas na região são agora 3-19% mais intensas devido ao aquecimento causado pelo homem.
Tempestade de Inverno no Texas
Em fevereiro, formou-se uma tempestade de inverno no Pacífico, que atingiu a região do Texas nos EUA. Mais de 150 milhões de pessoas foram colocadas sob avisos de tempestade de inverno. Durante a tempestade, o Texas sofreu uma enorme falta de energia elétrica que levou à escassez de abastecimento básico, deixando cerca de cinco milhões de pessoas sem eletricidade.
Oficialmente registaram-se 215 mortes, mas estimou-se que este número poderia ser três vezes superior. Embora as perdas seguradas tenham sido calculadas em 23 bilhões de dólares, o total do impacto económico poderia atingir 200 bilhões de dólares, de acordo com algumas estimativas.
De notar que neste relatório, a maioria dos eventos meteorológicos da lista ocorreram em países desenvolvidos, dado que é mais viável estimar as perdas financeiras de sinistros de seguros, e estes estão normalmente disponíveis nos países mais ricos, onde as pessoas podem pagar para segurar as suas casas e empresas.