Harvard lança alerta sobre a compulsão alimentar: é mais generalizada e persistente do que se pensava!

Estima-se que no futuro próximo, os distúrbios do comportamento alimentar afetem cada vez mais pessoas, dos dois géneros e de todas as idades. Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!

Alimentação.
Maus padrões de alimentação podem levar a problemas de saúde, contudo, muitas das vezes, os maus padrões são mais do que simples caprichos de quem os pratica.

A compulsão alimentar é um dos transtornos ou distúrbios alimentares mais comuns no mundo, a par da bulimia e da anorexia. Contudo, os últimos dois são bem mais conhecidos e possivelmente mais bem estudados em relação à compulsão alimentar. Um novo estudo sobre este tema, desenvolvido na Escola Médica de Harvard, mostra que a compulsão alimentar pode ser um problema crónico que afeta muitas mais pessoas do que originalmente se pensava.

A anorexia e a bulimia são transtornos alimentares, psicológicos e de imagem em que as pessoas possuem uma relação complicada com a alimentação, podendo trazer diversas complicações para a saúde da pessoa caso não seja identificada e tratada.

Segundo o manual de referência para os diagnósticos, o DSM-5, a compulsão alimentar manifesta-se de duas formas: em primeiro lugar, há obviamente o consumo de uma grande quantidade de comida. Em segundo, mas não menos importante, está associado a uma perda de controlo sobre o desejo de comer. Quem sofre deste transtorno não consegue discernir qual o momento certo para começar a comer e quando deve parar de comer. Eventualmente só param quando se sentem um certo nível de repulsa à comida.

Diagnóstico e sintomas

De forma geral, o diagnóstico pode ser feito quando um indivíduo está recorrentemente a comer rápido e de forma isolada, manifestando-se assim um sentimento de culpa em relação a este comportamento. De salientar que este transtorno não é acompanhado por qualquer mecanismo de compensação, como se verifica no caso da bulimia, por exemplo.

Esta doença afeta milhões de pessoas, nos Estados Unidos, onde os estudos foram desenvolvidos e um pouco por todo o mundo, com especial ênfase nos países desenvolvidos.

Também não convém confundir a compulsão alimentar com uma refeição festiva: quando há uma refeição típica de uma determinada circunstância, não se pode considerar compulsão, uma vez que não se perde o controle.

Considera-se transtorno de compulsão alimentar periódica quando há pelo menos um episódio de ingestão descontrolada de alimentos por semana. Contudo, este timing varia de caso para caso: em certas situações pode ser dois ou três episódios por semana, noutros pode ser quinzenalmente, mas com uma intensidade superior.

Ida ao frigorífico
As idas regulares ao frigorífico são bastante comuns, em pessoas que têm mais dificuldades em controlar a ansiedade, por exemplo.

Consequências para a saúde

Em primeira instância, a compulsão alimentar periódica tem impactes ao nível metabólico, já que o organismo deixa de saber lidar com a quantidade de comida ingerida. Mas provavelmente as consequências mais graves estão relacionadas com os efeitos psicológicos. É muito importante que as pessoas que padecem deste distúrbio consigam ser compelidas a comer regularmente, com qualidade e em poucas quantidades.

O transtorno da compulsão alimentar periódica é um transtorno alimentar caracterizado pelo consumo repetido de quantidades excecionalmente grandes de alimentos (comer compulsivamente) acompanhado de um sentimento de perda de controle durante o episódio de compulsão alimentar.

É controverso, no meio científico, a duração e as formas de tratamento mais eficazes em situações como a que estamos a relatar. Pode demorar entre 2 a 5 anos para que uma pessoa com compulsão alimentar periódica possa recuperar, sendo que os tratamentos naturais serão bastante eficazes, quando comparados com os tratamentos à base de medicamentos.

Esta doença afeta milhões de pessoas, nos Estados Unidos, onde os estudos foram desenvolvidos e um pouco por todo o mundo, com especial ênfase nos países desenvolvidos. Tanto homens como mulheres podem ser afetados, sendo jovens, adultos ou idosos, mas os tratamentos têm um maior grau de eficácia nos jovens.

Referência da notícia: Javaras KN, Franco VF, Ren B, et al. The natural course of binge-eating disorder: findings from a prospective, community-based study of adults. Psychological Medicine. (2024).