Há 147 mil pessoas a trabalhar na agricultura, pecuária, caça, silvicultura e pesca em Portugal
A população total empregada em Portugal está calculada em 5140,9 mil pessoas. Os que trabalham na agricultura, pecuária, caça, silvicultura e pesca representam 2,9%, diz o INE. Desde 2011, o setor primário perdeu cerca de 43 mil empregos.
Em 2021, o Instituto Nacional de Estatística (INE) iniciou uma nova série de dados do Inquérito ao Emprego (IE), que inclui, entre outras alterações, a de deixar de considerar como empregadas as pessoas ocupadas em atividades de agricultura e pesca para autoconsumo e a restrição da população ativa ao grupo dos 16 aos 89 anos.
Nesta nova série de dados e informação disponibilizados pelo INE, os últimos números referentes ao setor primário (3º trimestre de 2024) mostram que a população empregada neste setor em Portugal - agricultura, pecuária, caça, silvicultura e pesca - é de 147,3 mil pessoas e representa 2,9% do total.
Esta contabilização significa uma diminuição (-3,9% → menos 5,9 mil empregos) em relação ao trimestre homólogo de 2023, mas também mostra um aumento face ao trimestre anterior deste ano (1,5% → mais 2,2 mil empregos).
Em janeiro de 2024, o INE iniciou a publicação de informação estatística com as novas NUTS II [Nomenclatura das Unidades Territoriais para fins Estatísticos] de 2024, que passou a incluir as regiões de Oeste e Vale do Tejo, Grande Lisboa e Península de Setúbal, excluindo a Área Metropolitana de Lisboa e reconfigurando o território das regiões Centro e do Alentejo.
Os últimos dados publicados revelam que, no 3º trimestre de 2024, cerca de 72% da população empregada no setor primário são homens. No trimestre homólogo do ano anterior (2023) havia menos 1,3 mil homens a trabalhar no setor primário em Portugal e, no que respeita às mulheres, havia menos 4,6 mil no mesmo período de 2023.
No setor secundário, o 3º trimestre de 2024 apresentou um total de 1 265,9 mil pessoas. No setor terciário, havia 3 727,8 mil pessoas a trabalhar. O emprego no setor secundário representa 24,6% do total da economia, ao passo que o emprego no setor terciário representa 72,5%, refere o INE neste boletim estatístico.
UE tem 6,9 milhões de pessoas no setor primário
Por sua vez, na União Europeia (UE-27), no 2º trimestre de 2024 havia cerca de 6,9 milhões de pessoas empregadas na Agricultura, Floresta e Pesca, o que representa 3,3% do total do emprego.
Os números são do Eurostat, o Serviço de Estatísticas da União Europeia, citados pelo INE português, que também revela que o emprego global da economia destes países representa 70,6% do total de emprego na UE-27.
Itália, Espanha e França são os países com maior número de pessoas a trabalhar no setor primário, diz o Eurostat, mas é a Grécia que apresenta o maior peso do emprego da agricultura, floresta e pesca em relação ao total (11,0%).
Ainda de acordo com o Eurostat, a UE-27 registou uma variação homóloga de -6,7% relativa a menos 495,4 mil pessoas no setor primário e uma variação trimestral de 1,1%, relativa a mais 72,4 mil pessoas a trabalhar na agricultura, floresta e pesca.
Alemanha com decréscimo elevado
Comparativamente com o trimestre homólogo, a Alemanha apresentava o maior decréscimo do emprego no setor primário, deste conjunto de oito países, com uma variação de -13,0%. Em sentido inverso destacava-se a Grécia, com um crescimento do emprego de 2,0%.
Relativamente ao trimestre anterior, foi a Bélgica que apresentou o crescimento mais elevado no emprego no setor primário - 13,4% -, enquanto a Alemanha apresentou o decréscimo mais elevado do emprego no setor, com -4,3% de postos de trabalho.
População desempregada a subir
Voltando a Portugal, no global da economia “verificou-se um aumento no número de desempregados face ao trimestre homólogo e ao trimestre anterior”, diz o INE.
No 3º trimestre de 2024 havia 334,7 mil desempregados, a que correspondia uma taxa de desemprego de 6,1%, que tem maior incidência sobretudo no género feminino (52%), nos escalões etários até aos 34 anos (46%) e em pessoas com o ensino secundário e pós-secundário (38%).
Em termos regionais destaca-se negativamente a taxa de desemprego verificada nas regiões Norte (6,2%), Oeste e Vale do Tejo (7,5%) e Península de Setúbal (8,2%), com um valor superior ao do país.
As restantes regiões apresentam uma taxa inferior à nacional, com particular realce para o Algarve (4,5%) e RA Açores (4,9%).