Graves inundações nas ilhas Maurícias e Reunião, após a passagem do ciclone Belal
As chuvas torrenciais causaram inundações repentinas. Há uma morte confirmada em cada país e milhares de pessoas evacuadas e sem energia. Fortes críticas ao Serviço Meteorológico Nacional das ilhas Maurícias.
Chuvas torrenciais e inundações atingiram as Maurícias e o território francês da Reunião, no Oceano Índico, nas últimas horas, enquanto o ciclone Belal atravessava as ilhas.
Reunião evitou o pior do ciclone Belal
Apesar dos alertas extremos, a Reunião parece ter sido poupada do pior do ciclone, já que o olho da tempestade passou para norte. Jerôme Filippini, prefeito da região, afirmou que não teve o “carácter cataclísmico” que inicialmente se temia.
As autoridades da Reunião aumentaram o nível de alerta de tempestade para roxo, o nível mais alto, à medida que o ciclone se aproximava da ilha. Este nível de alerta proibiu até mesmo a polícia e as equipas de resgate de deixar o abrigo. Posteriormente, o nível caiu para vermelho, permitindo que as autoridades oferecessem ajuda às pessoas afetadas.
A população de aproximadamente 860.000 habitantes foi obrigada a abrigar-se no local. Na segunda-feira (15), cerca de um quarto das casas da ilha estavam sem eletricidade e milhares de pessoas sem água corrente.
Foi relatada a morte de um sem-abrigo. As autoridades disseram que a vítima recusou acomodação de emergência.
Um morto e vários carros danificados nas Maurícias
Nas Maurícias também foi confirmada a morte de uma pessoa.
As pessoas estavam sob toque de recolher até o meio-dia desta terça-feira (16). Às 16h30, horário local, de segunda-feira (15), o aeroporto internacional do país, bem como escritórios governamentais, bancos e outras empresas, foram encerrados e os funcionários foram mandados para casa antes das chuvas torrenciais esperadas, informou a agência de notícias AFP.
Nessa altura, as fortes chuvas já tinham causado o caos. Várias publicações nas redes sociais mostraram veículos submersos ou arrastados pelas águas em Port Louis, a capital. Parte da água recuou, revelando vários carros danificados. “Quando o governo fechou os seus escritórios hoje, às 12h30, houve um grande pânico. Muitos não conseguiram encontrar os seus carros”, disse um funcionário do banco à AFP.
Os níveis de inundação diminuíram substancialmente nesta terça-feira (16) e as autoridades conseguiram remover os destroços das ruas. Cenas na orla marítima de Port Louis mostraram destruição generalizada, informou a BBC News. As autoridades disseram que estavam a realizar uma avaliação completa das principais estradas e infraestruturas críticas.
A Federação Internacional da Cruz Vermelha Africana disse que mais de 1.000 pessoas foram evacuadas e cerca de 8.400 pessoas nas Maurícias estavam sem energia.
Críticas ao Serviço Meteorológico nas Maurícias
O Serviço Meteorológico das Maurícias (SMM) declarou que foi emitido um "boletim de segurança" à medida que a tempestade se afastava da ilha, poucas horas depois de anunciar que iria aumentar o alerta para quatro, o nível máximo.
“Já não há risco de condições ciclónicas nas Maurícias, mas há outros riscos ambientais”, declararam, apelando às pessoas para que permaneçam em locais seguros e não saiam para o mar ou caminhem ao longo da costa, devido à possibilidade de ocorrência de tempestades.
“Tenho que admitir que o país passou por momentos difíceis por causa do ciclone Belal”, disse o primeiro-ministro, acrescentando que as decisões do governo foram baseadas em informações do serviço meteorológico. "Partilho a raiva do povo das Maurícias neste momento. Estou determinado a que os responsáveis por esta situação sejam responsabilizados."