Furacão Iota: potencial catástrofe na América Central
A tempestade tropical Iota intensificou-se rapidamente, transformando-se num enorme furacão que se prevê que alcance categoria 4 e atinja várias áreas da América Central, que já foram devastadas pelo Eta há menos de 15 dias. Contamos-lhe tudo aqui!
A tempestade conhecida como Iota intensificou-se rapidamente para um furacão nas primeiras horas da madrugada deste domingo, dia 15 de novembro. O Iota tornou-se no 13º furacão da temporada de furacões do Atlântico, uma temporada recorde, estimando-se que continue a sua trajetória para oeste, em direção a vários países da América Central. De momento, só existe registo de uma outra temporada de furacões do Atlântico com mais de 12 furacões, a temporada de 2005, que chegou a ver nomeados 15 furacões.
Este sistema está a dirigir-se assustadoramente em direção às Honduras e ao Nicarágua, os mesmos países que infelizmente foram devastados no início deste mês pelo furacão Eta. Além disso, poderá converter-se num grande furacão (‘major hurricane’) catastrófico.
O Iota será também o segundo grande furacão a fazer landfall nas mesmas regiões dos mesmos países em menos de duas semanas. O Eta fez landfall como um furacão de Categoria 4 no passado dia 3 de Novembro, estimando-se que o Iota faça landfall como um furacão de Categoria 4 com ventos sustentados de pelo menos 178 km/h.
Iota, outro sistema tropical potencialmente danoso e mortífero
Há menos de quinze dias, o Eta provocou inúmeros danos e deixou mais de 200 mortos na América Central. As Honduras, o Guatemala e o Nicarágua foram os países mais afetados pelas inundações e pelos deslizamentos de terra. Tendo isto em mente, o NHC (Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos) prevê que o Iota continue na sua trajetória rumo a oeste-noroeste, existindo um risco de fortalecimento de ventos potencialmente perigosos, marés de tempestade e chuvas torrenciais a partir deste domingo à noite, ou segunda-feira, 16.
Outros países da América Central também serão afetados pelas condições meteorológicas extremamente adversas, tendo já emitido avisos de furacão.
Até quinta-feira, a chuva torrencial descarregada pelo Iota deverá conduzir a inundações e cheias rápidas com potencial ameaça à vida e transbordamento de rios ao longo de várias extensões de território da América Central e do norte da Colômbia. As ilhas de Providencia e San Andrés, pertencentes à Colômbia, serão dos primeiros territórios a ser avassalados pela esmagadora força do Iota.
Além disso, as inundações e os deslizamentos de terra poderão ser exacerbados nas Honduras e no Nicarágua devido aos recentes efeitos causados pela passagem do furacão Eta, resultando em impactos potencialmente catastróficos.
A temporada de furacões do Atlântico em 2020 tem sido monstruosa. O Iota foi o quinto furacão que se formou no oceano Atlântico desde o dia 1 de Outubro, após os furacões Delta, Epsilon, Eta e Zeta. Desde que há registos, apenas em 1870 se tinham formado mais do que 5 furacões no Atlântico a partir do dia 1 de Outubro. Nesse ano do século XIX foram registados 6.
Outro dado impressionante da temporada recorde de 2020, tem a ver com o facto de que estamos a 15 dias de terminar o calendário oficial da temporada de furacões (30 de novembro), e isto parece ainda não ter terminado. De facto, o Iota tornou-se a trigésima tempestade tropical nomeada do ano 2020, estabelecendo um recorde absoluto no que toca a tempestades nomeadas no Atlântico.