Foguetão chinês pode atingir a Terra este fim de semana
O ousado plano de expansão espacial da República Popular da China alcança, por estes dias, um novo capítulo que pode ter um potencial desastroso. Fique a saber mais sobre esta incidência e de que forma pode afetar o planeta Terra, connosco!
Um foguetão chinês, usado para colocar no espaço o primeiro módulo do que será a estação espacial chinesa, está a convergir em direção ao nosso planeta de forma descontrolada. Prevê-se que os destroços do foguetão “Long March 5B” reentrem na atmosfera terrestre nos próximos dias, entre os dias 10 e 12, sendo ainda impossível prever a sua trajetória nos momentos finais. Isso só ficará claro quando o objeto chegar à camada superior da atmosfera.
O “Long March 5B” foi utilizado para colocar em órbita o primeiro módulo (designado “Tianhe-1”) da “Tiangong”, a estação espacial chinesa que, segundo dados apurados por especialistas na área, estará pronta a receber astronautas no final de 2022. Este tipo de foguetão de carga é, segundo o Pentágono (EUA), um “dos maiores foguetões de transporte que a China tem (…)”, já que o núcleo terá cerca de 30 metros de altura e um peso de aproximadamente 22 toneladas.
Este dispositivo, lançado há sete dias (29/04), está inserido na primeira de onze (11) missões que serão necessárias para concluir a Estação Espacial Chinesa. Descolou do centro espacial de Wenchang, na ilha de Hainan, para deixar em órbita o núcleo da estação que tem cerca de 16,6 metros de comprimento e 4,2 metros de altura.
Como mencionado acima, serão necessárias 11 missões (4 tripuladas, 4 exclusivamente de carga e 3 lançamentos de módulos) para que a “Tiangong” esteja concluída. A primeira missão tripulada está agendada para junho deste ano, altura em que três astronautas permanecerão três meses na “Tianhe-1” de forma a conduzirem um conjunto de testes associados aos suportes de vida. É de salientar que a “Tiangong” terá uma vida útil que pode oscilar entre os 10 e os 15 anos.
Queda: onde e quando?
Já se sabe que o “Long March 5B” vai reentrar na atmosfera terrestre e até em que janela temporal será, no entanto, todas as preocupações estão direcionadas para o local ou mesmo os locais que podem ser afetados pela queda de um objeto de tamanhas dimensões. Sabe-se, contudo, que aquando da entrada na atmosfera os destroços vão incendiar-se e dividir-se em porções de menor dimensão.
De facto, não é a primeira vez que o Mundo enfrenta as probabilidades, já que nos últimos lançamentos de foguetões semelhantes, também eles reentraram na atmosfera terrestre de forma descontrolada, sendo que caíram pequenos objetos no território da Costa do Marfim, afetando alguns edifícios. Nessa altura “enormes peças metálicas atingiram o solo” que quase por milagre não provocaram vítimas mortais.
Já no passado dia 4 de maio, o núcleo do foguetão orbitava a Terra a cada 90 minutos, a uma velocidade aproximada de 27 mil km/h e a uma altitude próxima dos 300 km. Com base na órbita, os inúmeros destroços podem cair tanto no Hemisfério Norte, em cidades como Nova Iorque, Madrid ou Pequim, como em cidades do Hemisfério Sul, como Lima no Perú, ou Wellington na Nova Zelândia.
A probabilidade de um ser humano ser atingido por detritos resultantes desta entrada descontrolada são de um em vários triliões, sendo muito mais provável que os destroços caiam em lugares desabitados ou nas massas de água que cobrem cerca de 71% da superfície do planeta Terra.
Assim que os especialistas determinem o dia exato em que a reentrada descontrolada vai acontecer, será possível prever um ponto exato de contacto, numa janela temporal de seis horas. A trajetória deste foguetão, que é o maior objeto de sempre a entrar na atmosfera terrestre de forma não controlada, pode ser acompanhado em tempo real.