Fevereiro de 2024 é considerado o fevereiro mais quente de que há registo no planeta
A NOAA divulgou a análise da temperatura global referente ao mês de fevereiro de 2024 e concluiu que este mês foi o fevereiro mais quente da Terra, desde que existem registos, há 175 anos.
Os Centros Nacionais de Informação Ambiental (NCEI-National Centers for Environmental Information) da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) dos EUA calculam mensalmente a anomalia da temperatura média global tanto da superfície da terra como da superfície dos oceanos.
Temperatura no Globo no mês de fevereiro atingiu um máximo histórico para fevereiro
Segundo os cientistas dos Centros Nacionais de Informação Ambiental da NOAA, a temperatura global da superfície terrestre e oceânica em fevereiro foi de 1,40 °C acima da média do século XX, de 12,1 °C, sendo o fevereiro mais quente dos 175 anos de registos climáticos globais da NOAA. Este valor foi 0,06 °C acima do anterior recorde de fevereiro de 2016.
Fevereiro de 2024 marcou o 45º fevereiro consecutivo (desde março de 1979) com temperaturas acima da média do século XX.
Em fevereiro registou-se um recorde mensal da temperatura média global da superfície oceânica.
O Hemisfério Norte teve o fevereiro mais quente de que há registo, igualando o ano 2016, com 1,85 °C acima da média. Do mesmo modo, no Hemisfério Sul o mês de fevereiro também foi o mais quente registado, com 0,95 °C acima da média.
A região do Ártico teve o terceiro fevereiro mais quente de que há registo, no entanto a Antártida teve o seu 54º fevereiro mais frio, 0,17 °C abaixo da média.
As temperaturas estiveram acima ou muito acima da média em todo o Ártico, com exceção de grande parte da Gronelândia até ao norte da Islândia e de partes do Atlântico Norte. As temperaturas acima da média a muito acima da média também abrangeram quase toda a América do Norte, a maior parte da Europa Ocidental até à Ásia Ocidental, a maior parte da América do Sul, África e Austrália.
As temperaturas recordes de fevereiro afetaram muitas partes da Europa, da América do Sul e da metade sul de África. As temperaturas recordes cobriram cerca de 13,8% da superfície terrestre em fevereiro, a percentagem mais elevada para fevereiro desde o início dos registos em 1951 e 7,4% mais elevada do que o recorde anterior de fevereiro em 1986.
Tal como em janeiro, as temperaturas à superfície do mar estiveram novamente acima da média em grande parte do Oceano Pacífico setentrional, ocidental e equatorial. As temperaturas recordes de fevereiro do oceano cobriram grande parte do Oceano Atlântico nordeste e tropical, bem como grande parte do Oceano Índico.
A Europa, a América do Norte e a América do Sul tiveram o fevereiro mais quente de que há registo, enquanto África teve o segundo mês mais quente.
Chuvas intensas em algumas regiões do globo
Em fevereiro, a precipitação acima da média ocorreu em grande parte do oeste dos EUA e na metade ocidental do Alasca, no leste do Brasil, em grande parte do oeste e norte da Europa, na Ásia Central e em grande parte do centro e leste da China e do Japão. As zonas norte e leste da Austrália também receberam precipitação geralmente acima da média em fevereiro.
Chuvas fortes no final de fevereiro provocaram inundações em várias regiões do norte de Espanha. Os totais de precipitação em 24 horas excederam os 120 milímetros em muitos locais.
No centro e norte de Itália, a chuva intensa no final de fevereiro provocou inundações e deslizamentos de terras.
No oeste dos EUA, uma série de eventos meteorológicos extremos causaram inundações e deslizamentos de terra significativos em partes da Califórnia. A cidade de Los Angeles recebeu mais de 305 milímetros de chuva em fevereiro, cerca de três vezes mais do que a média de fevereiro, tornando-se o fevereiro mais chuvoso das últimas décadas para a cidade.
As fortes chuvas no norte e oeste do Equador resultaram em inundações, deslizamentos de terra e danos generalizados em fevereiro. No norte de Madagáscar, as chuvas fortes que ocorreram durante a maior parte de fevereiro provocaram inundações generalizadas.
No entanto, na África Austral, a precipitação sazonal geralmente abaixo da média, sob a influência do El Niño, levou a um dos fevereiros mais secos dos últimos quarenta anos na parte central da região, ao longo da fronteira entre a Zâmbia, o Zimbabué e o Botsuana.
Gelo no Ártico e na Antártida e ciclones tropicais em fevereiro
A extensão de gelo no Ártico neste fevereiro, juntamente com a de fevereiro 2022, foi a 15ª menor extensão para fevereiro, enquanto que na Antártida, a extensão de gelo, igualando a de fevereiro 2022, foi a 2ª menor para fevereiro.
Em fevereiro, ocorreram 11 tempestades tropicais, mais 4 que a média para esta altura do ano, às quais foram atribuídos nomes. Apenas duas tempestades atingiram terra firme, ambas trazendo ventos fortes para o norte da Austrália. O ciclone tropical mais intenso foi o Ciclone Tropical Muito Intenso Djoungou, que permaneceu no centro do Oceano Índico, não chegando a atingir terra e não provocando assim impactos desastrosos.