Festival do Azeite Novo puxa pela gastronomia e o turismo. Évora dá a provar o ‘ouro líquido’ deste ano
O Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL) reúne 7 produtores, 7 restaurantes de Évora e o chef André Cabrita para celebrar os novos azeites de 2024/2025. O Festival do Azeite Novo é já no próximo fim de semana.
Portugal deverá registar um incremento de 12 a 15% na produção de azeite na campanha oleícola de 2024/2025, que arrancou no início de outubro e cujos primeiros azeites já estão a ser engarrafados. A produção nacional de azeite este ano deverá oscilar entre as 170 mil e 180 mil toneladas.
Ora, com o objetivo de promover e divulgar os azeites do Alentejo recém-produzidos, impulsionar o consumo de azeite de qualidade e fomentar o conhecimento sobre um produto rico e saudável, que faz parte do património alimentar e cultural do nosso país e é um dos principais alicerces da dieta mediterrânica, o Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL) meteu mãos à obra. E fê-lo pela segunda vez, já que o Festival do Azeite Novo, que está a ser preparado para o próximo fim de semana na cidade de Évora, vai já na segunda edição.
Estão convocados 7 produtores de azeite, 7 restaurantes emblemáticos de Évora e há um reputado chef nacional - André Cabrita - que, juntos, vão dar o melhor pelos azeites do Alentejo.
Os restaurantes envolvidos neste Festival são o Piparoza boutique bar; Adega Típica Vinho e Noz; Mercearia Eborim; Pizza no Mercado; Dona Laura; S. Luís da Praça; Luar de Janeiro. Todos eles, garante o CEPAAL, “irão oferecer pratos dedicados ao azeite do Alentejo e uma carta digital que dá a conhecer os azeites e os restaurantes participantes”.
Por sua vez, os produtores MAINOVA, Tratturo* de Fronteira, Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, Monte de Portugal, Casa Relvas, Fundação Eugénio de Almeida e Azeite Saloio prometem animar o Festival. E também avivar os palatos, dando a conhecer e a provar os azeites alentejanos recém produzidos este ano.
Prova de azeites gratuita
O Festival do Azeite Novo proporciona ainda uma experiência sensorial aos visitantes, através de uma prova de azeites que irá decorrer no dia 7 de dezembro, domingo, entre as 9h00 e as 13h00 no Palácio D. Manuel.
Também está prevista uma visita ao Mercadinho do Azeite Novo, nos dias 6 e 7 de dezembro (Palácio D. Manuel e Mercado de Évora, respetivamente) das 9h00 às 18h00. A participação na prova de azeites é gratuita, mas está sujeita a inscrição.
A segunda edição do Festival do Azeite Novo é uma iniciativa do CEPAAL, mas é organizada com o apoio da Câmara Municipal de Évora. Conta igualmente com uma vertente mais vocacionada para a área profissional, integrando uma conferência, um workshop e uma visita de campo.
A conferência, na abertura no Festival, será dedicada às “Características das variedades portuguesas de azeitona”. No mesmo dia, às 14h00, terá lugar a visita de campo. O workshop terá lugar dia 7 de dezembro, das 9h00 às 13h00 no Palácio D. Manuel, mediante inscrição.
Produto fundamental na dieta mediterrânica
O azeite é um produto natural obtido da prensagem de azeitonas, amplamente estudado e valorizado pelas suas qualidades organoléticas e nutricionais únicas. Está demonstrado o seu efeito benéfico para a saúde.
Numa informação técnica publicada no sítio na Internet da ASAE - Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica, esta entidade alerta para o facto de o azeite ter “qualidades organoléticas e nutricionais que, atendendo aos seus custos de produção, lhe abrem um mercado a um preço relativamente elevado quando comparado com o da maior parte das outras matérias gordas vegetais”.
Devido a essa situação de mercado, a ASAE diz que é “conveniente prever para o azeite normas de comercialização que garantam a qualidade dos produtos” e, ao mesmo tempo, “uma luta eficaz contra as fraudes”.
O Regulamento Delegado (UE) 2022/2104 da Comissão de 29 de julho, que complementa o Regulamento (UE) nº 1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho no respeitante às normas de comercialização do azeite, estabelece no seu Artigo 6º, as seguintes denominações legais: “Azeite virgem extra”, “Azeite virgem”, “Azeite composto por azeite refinado e azeite virgem” e “Óleo de bagaço de azeitona”.
ASAE fiscaliza rotulagem do azeite
A rotulagem dos azeites, para além da denominação legal, “deve incluir, de forma clara e indelével”, a seguinte informação sobre a respetiva categoria de azeite: Azeite virgem extra (“azeite de categoria superior obtido diretamente de azeitonas, unicamente por processos mecânicos”); Azeite virgem (“azeite obtido diretamente de azeitonas, unicamente por processos mecânicos"); Azeite composto por azeite refinado e azeite virgem (“azeite constituído exclusivamente por azeites submetidos a um tratamento de refinação e por azeites obtidos diretamente de azeitonas”).
Só na última semana, a ASAE desmantelou um esquema de fraude com óleo alimentar nos distritos de Aveiro e Bragança e, fruto dessa ação, apreendeu material no montante de 82.500 euros. Também foram apreendidos "82.819 rótulos com a menção de azeite e 16.500 litros de óleo alimentar, grande parte já rotulado como azeite".