Felicidade: qual é o país mais "feliz" do mundo?
Finlândia, Dinamarca e Islândia são os países mais "felizes" do mundo, segundo um ranking revelado pela ONU. Qual é o segredo destes países nórdicos? Porque é que os seus habitantes estão a nadar de felicidade?
Quando e onde está a felicidade? Não necessariamente em Portugal, de acordo com um ranking revelado pela ONU para celebrar o Dia Internacional da Felicidade a 20 de março. Pelo sexto ano consecutivo, a Finlândia foi declarada o país mais "feliz" do mundo, à frente da Dinamarca e da Islândia. Portugal ocupa a 56ª posição... Quais são os critérios para esta classificação, e o que faz os finlandeses tão felizes?
Uma verdadeira "ciência da felicidade"
O ranking da ONU utiliza essencialmente inquéritos, realizados pelo Instituto Gallup, pedindo a uma amostra de habitantes para avaliar o seu próprio nível de felicidade: é-lhes pedido que respondam a uma série de perguntas referentes à perceção da sua qualidade de vida, numa escala de 0 a 10. É cruzando estes resultados com o PIB, o nível de solidariedade, liberdades individuais e corrupção, para 109 países diferentes, que a ONU chega a este ranking.
A Finlândia encabeça a lista e é considerada o país mais "feliz" do mundo, mesmo à frente da Dinamarca e da Islândia, que são o segundo e terceiro respectivamente. A arredondar os 10 primeiros estão Israel (4º), Países Baixos (5º), Suécia (6º), Noruega (7º), Suíça (8º), Luxemburgo (9º) e Nova Zelândia (10º). Portugal surge apenas na 56ª posição entre 109. O Gana, Paquistão e Níger são os países onde as pessoas se sentem menos "felizes".
As equipas e investigadores que realizam este trabalho explicam que existe uma verdadeira "ciência da felicidade", uma felicidade que pode ser comparada a um estado de espírito que não pode ser medido. Contudo, pode ser estimada, graças a índices de satisfação, por exemplo, o "sentimento de ser feliz", o "sentimento de que a vida tem sentido", o "sentimento de equilíbrio" ou o "sentimento de harmonia". Todos estas noções são combinadas nesta classificação, que é em última análise considerada credível a nível mundial, com os investigadores a explicar que não existe uma "fratura cultural" significativa nos resultados, e que os elementos que constituem "o que é uma boa vida" atravessam a maioria das culturas.
Qual é o segredo da Finlândia?
Este é o sexto ano consecutivo em que a Finlândia ganhou este prestigioso prémio, e os resultados são levados muito a sério no país, onde seminários sobre a felicidade finlandesa são mesmo organizados pelo organismo local de promoção do turismo.
Segundo os nossos colegas do HuffPost, há uma série de razões pelas quais os finlandeses se sentem os "mais felizes" do mundo, algumas das quais podem também aplicar-se a outros países nórdicos, como a Dinamarca, a Islândia e a Noruega. O primeiro fator na felicidade finlandesa é a ausência de "positividade tóxica": a "atitude positiva" ou a injunção para estar bem não está muito presente no país. Os habitantes têm a sua própria definição de felicidade, que consideram ser um sentimento de satisfação e não de felicidade intensa permanente.
Contudo, existem outros fatores mais materiais, como o tempo livre, especialmente através de um bom equilíbrio vida profissional-vida pessoal: na Finlândia, as horas de trabalho são limitadas a 40 horas por semana e os tempos de deslocação são geralmente curtos. Finalmente, a omnipresença da natureza e o fácil acesso a atividades ao ar livre completam este quadro idílico: na Finlândia, existe um "direito de acesso à natureza", que dá aos habitantes acesso livre a todas as florestas, lagos e litorais. Isto significa que todos podem acampar, apanhar plantas selvagens, nadar ou esquiar gratuitamente. Um modelo para outros países? Vemo-nos em março de 2024 para o próximo ranking...