Falta de gelo ameaça ursos polares
A América do Norte está a vivenciar um inverno com temperaturas anormalmente elevadas, algo que pode representar impactes negativos diretos no estilo de vida de algumas espécies que dependem da formação de gelo para sobreviver. Fique a saber mais sobre este assunto, connosco!
A gritante falta de gelo no Norte do Canadá está a deixar os especialistas em alerta: os ursos polares, uma espécie que sofre com as alterações climáticas há vários anos, estão mais uma vez a passar por um momento de privação alimentar, que este ano será mais prolongado do que é habitual. Esta fase do ano, para a reduzida população de ursos polares, caracteriza-se pela caça à foca, mas, sem uma superfície gelada, é impossível para os ursos procurar este tipo de alimento.
Na cidade de Churchill, província de Manitoba e “porta” para a Baía de Hudson, o gelo tarda em solidificar as águas marinhas, algo que deveria ter acontecido durante a segunda quinzena de novembro. Isto acontece, porque as temperaturas do ar estão 6 °C acima do valor normal para esta altura do ano. Por exemplo, na parte Noroeste da baía, apenas 13% dessa área está coberta por gelo, quando esse valor ronda habitualmente os 70 ou 80%.
Neste momento, os ursos estão a aguardar nas margens da baía, que as previsões meteorológicas das últimas semanas se concretizem e a baía congele quase na totalidade.
É de salientar que os especialistas do National Snow & Ice Data Center, nos Estados Unidos da América, afirmam que a baía vai mesmo congelar durante o inverno, no entanto, acontecerá muito mais tarde do que seria expectável e aceitável para a população de ursos. Para se ter uma ideia, os especialistas acreditam que na última década, a área de gelo no Mar Ártico diminuiu 13% em relação à década anterior.
Implicações para os ursos
As alterações climáticas têm sido particularmente agressivas para os cerca de 26.000 ursos polares que compõem a população mundial desta espécie, sendo que os que mais sofrem são aqueles que frequentam as áreas junto ao Círculo Polar Ártico.
A estas latitudes, o congelamento tardio de uma certa área marinha, como o que foi aqui abordado, tem implicações sérias e graves na alimentação e no estilo de vida dos ursos polares.
É cada vez mais comum encontrar espécimes famintos a vaguear junto a aglomerados populacionais, desesperados por qualquer tipo de alimento. Felizmente, os últimos encontros inusitados entre seres humanos e ursos polares ocorreram sem problemas de maior.
Na cidade de Churchill, considerada a Capital Mundial do Urso Polar, quando os ursos rondam o perímetro urbano e de alguma forma contactam com a população, são geralmente capturados e posteriormente libertados em ambiente selvagem, a uma distância de segurança da cidade. Esta política impede que, por um lado, a população de ursos polares, classificada como em vias de extinção, perca mais unidades e, por outro, evita a ocorrência de vítimas humanas.