Évora debate o olivoturismo e promove a literacia sobre o azeite. É o regresso às origens, no Alentejo
O grupo Art and Soul realiza no próximo domingo, no Évora Olive Hotel, a conferência “Olivoturismo: o regresso às origens”. Querem dar a conhecer o azeite português e aumentar a literacia à volta de um produto que é “pilar da dieta mediterrânica”.
A conferência “Olivoturismo: o regresso às origens”, que acontece no próximo domingo, em Évora, é organizada pelo grupo empresarial Art and Soul. Assume-se como um “compromisso para com a terra, a nossa cultura, as nossas tradições, a nossa gastronomia, o nosso azeite, as nossas gentes”.
Estão programados três painéis de debate. O primeiro é dedicado ao azeite do Alentejo e ao estado da nação em matéria de produção oleícola.
Participam, entre outros, José Manuel Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, e Gonçalo Tristão, presidente do CEPAAL - Direção do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo.
Francisco Dias é outro dos oradores. É docente e investigador na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Instituto Politécnico de Leiria e coordenador nacional do OLIVE4ALL - projeto transnacional “Olive4All – Património da Oliveira para o Desenvolvimento Sustentável: Sensibilização da Comunidade para o Património Vivo”.
Aumentar a literacia sobre o azeite
Os promotores desta conferência em Évora querem “contribuir para aumentar a literacia sobre o azeite e elevar algo tão nosso e fundamental para a dieta mediterrânica”. Desde logo, em nome de “um turismo mais ligado ao seu redor, mais protetor do que é nosso” e em nome, ainda, de “uma necessidade de mais equilíbrio, que liga tão bem com o vagar, algo tão alentejano”, refere António Gonçalves, administrador do grupo Art and Soul.
Do olivoturismo fazem parte todas as entidades e/ou atividades turísticas que promovem o azeite, a azeitona, a oliveira. Estas, têm “o papel de formar na escolha de um bom azeite, como de promover este ouro líquido como parte da identidade nacional e da dieta mediterrânica”, explicam os organizadores.
Questionado sobre os objetivos deste evento ligado ao olivoturismo e qual é o fator diferenciador face a outros eventos do setor, António Gonçalves diz que “existem boas referências” neste domínio, mas que encarnam “uma componente mais setorial, ou seja, mais dedicada a produtores de azeite e investigadores, com um piscar de olhos à gastronomia”.
Em sentido diferente, a conferência que vai ter lugar no Évora Olive Hotel, uma unidade hoteleira que é “dedicada ao azeite”, será “mais diversa”. Visa “ligar o turismo ao azeite e o azeite ao turismo”, garante António Gonçalves.
E os apreciadores de azeite vão poder provar e descobrir novos azeites durante a conferência.
O jornalista Edgardo Pacheco, criador dos projetos “Todo o Peixe é Nobre”, “Terroir” e “Escola do Gosto”, do jornal “Público”, além de debater ideias num dos painéis da conferência, vai liderar uma prova de azeites. “O curioso é aprender mais sobre azeite e perceber se sabe identificar um bom azeite de um mau”, diz o administrador do grupo Art and Soul.
António Gonçalves só espera que todos os intervenientes, participantes e visitantes possam “proporcionar bons momentos de debate, aprendizagem e de lazer”. Além de também poderem “apreciar um bom azeite, peças do nosso artesanato e saborear e ouvir música”.
Questionado ainda sobre que contributo podem dar para melhorar o conhecimento dos consumidores acerca do azeite, António Gonçalves lembra que os participantes vão poder “ouvir os especialistas na matéria e aprender através de uma prova de azeite”. Vão estar disponíveis quatro azeites para degustação.
O administrador do grupo Art and Soul não tem dúvidas: “Se não consumimos uma fruta que já não está no seu perfeito estado, também não o deveríamos fazer em relação ao azeite”.