Estas são as 6 cidades submersas mais impressionantes do mundo

Do luxo submerso da Roma Antiga à mítica Lion City na China, estas seis cidades submersas são verdadeiras cápsulas do tempo, preservadas pelas águas e carregadas de histórias fascinantes. Se acha que já viu tudo, prepare-se para se surpreender com estes destinos que parecem saídos diretamente das lendas. Vamos mergulhar?

cidades submersas
Uma cápsula no tempo. Foto: segredosdomundo

Já imaginou como seria encontrar uma cidade inteira debaixo de água? Como se fosse um explorador à caça de tesouros perdidos, mas com máscara e snorkel em vez de mapa e bússola.

Essas cidades submersas estão por aí, escondidas no fundo dos oceanos, como verdadeiros segredos do passado que o mar decidiu guardar para si. Sim, porque, apesar de há muito engolidas pelas águas, estes locais são como cápsulas do tempo, que guardam segredos de civilizações antigas e mistérios por descobrir.

Pronto para desvendar estes mistérios aquáticos onde o tempo parou e as histórias ainda ecoam entre as ruínas submersas?

De Atlântida às ruínas de Heracleion, estas cidades esquecidas convidam-nos a mergulhar numa jornada fascinante, onde o passado e o presente se encontram sob a superfície das águas. Pronto para explorar o que resta destes mundos submersos e desvendar as histórias que o tempo e o mar tentaram apagar?

O blogue ‘Vou Sair’ elaborou uma lista com algumas das cidades mais impressionantes de sempre. Descubra quais são.

Port Royal, Jamaica

Atualmente, Port Royal é uma tranquila vila de pescadores. Porém, no seu auge, no século XVII, era conhecida como "a cidade mais malvada da Terra". Porquê? Porque era lar de piratas.

Port Royal
Uma das regiões mais antigas e históricas do país. Foto: Visit Jamaica

É verdade. Sede do domínio britânico na Jamaica há quatro séculos, este local tem uma história de piratas e de colonização. Não nos surpreende saber, portanto, que rapidamente se expandiu, tornando-se, aliás, num centro de pecado. Foi mesmo por isso batizada como a “Sodoma do Novo Mundo”.

Perto das 12 horas de 7 de junho de 1692, contudo, tudo mudou. Nesse dia, Port Royal foi atingida por um forte terramoto, seguido por tsunamis que custaram a vida a cerca de 2000 pessoas. A capital da depravação ficara, então, completamente devastada.

“No rescaldo, dois terços da cidade ficaram submersos, restando uma pequena área intacta que ainda hoje pode ser visitada. É uma das regiões mais antigas do país, razão pela qual o que resta do seu património é guardado com tanto apreço, embora não com cuidado”, lê-se no site.

Mesmo assim, é considerada uma “mina de ouro arqueológica”, sendo possível mergulhar na região para ver as ruínas preservadas e os naufrágios que estão na área circundante. Isto desde que peça uma permissão às autoridades locais.

Kalyazin, Rússia

Entre o catálogo de cidades submersas, nem todas foram vítimas da força da natureza. Algumas foram, sim, afetadas pelas mãos humanas. Este é o exemplo de Kalyazin, uma cidade russa importante até a revolução de 1917.

O governo não teve qualquer pudor em deixá-la afundar com a construção da barragem de Uglich, em 1940. Os seus habitantes foram deslocados para zonas mais altas.”

Ainda hoje, os restos da cidade projetam-se sobre a água, criando um panorama espetacular que fica coberto de neve no inverno.

Aqui nem precisa de mergulhar para ver o grande campanário do mosteiro de São Nicolau. Isto porque o próprio ergue-se como se estivesse a flutuar.

Kalyazin
Um cenário impressionante. Foto: ospreyobserver

“Devido à paisagem que forma, tornou-se uma das mais belas imagens de postais da Rússia”, garantem os autores da lista.

Lion City, China

Shi Cheng, conhecida como a “Atlântida Chinesa”, ou “Lion City”, é uma antiga cidade submersa localizada no fundo do Lago Qiandao, na província de Zhejiang, China. Este local, rico em cultura e história, foi submerso intencionalmente em 1959 devido à construção da Represa do Rio Xin’an, criando o lago artificial conhecido como “Lago das Mil Ilhas”.

Do tamanho de 60 campos de futebol, e, apesar de ter sido um ponto central muito importante para o condado, foi completamente esquecida durante anos. Apenas em 2001 é que se iniciaram as explorações.

“Desde então, foi descoberta uma muralha com mais de 1500 anos, figuras em forma de dragão, edifícios decorados com personagens mitológicos, gravuras das leis de várias dinastias, livros e obras de arte.”

Sant Romà de Sau, Espanha

Às vezes, ruínas antigas apenas atrapalham o progresso moderno.” Foi este o pensamento do governo catalão quando, na década de 1960, decidiu criar um reservatório no local de San Romà de Sau, uma vila habitada há um milénio.

Aparentemente, não havia outra escolha a não ser inundar uma cidade de 1000 anos com ruínas românicas de tirar o fôlego. Hoje resta uma igreja para contar a história.

Embora pequena, “em tempos de seca, a torre pontiaguda da igreja românica do século XI aparece como uma aura fantasmagórica”. Mas não pense que pode visitá-la. O local é proibido para visitantes, e tem uma cerca ao redor que afunda com o nível da água também.

Alexandria, Egito

Esta é talvez a mais famosa de todas as cidades acima mencionadas — e até a mais famosa do mundo. “Fundada por Alexandre, o Grande, e capital do Egito helenístico, há quem afirme que a Cidade dos Mil Palácios ruiu sob o seu próprio peso no século VIII, embora isso se tenha devido a movimentos da terra e marés violentas.”

Alexandria
A cidade dos mil palácios. Foto: costacruzeiros

Atualmente, os seus vestígios ainda podem ser visitados através de mergulhos no Mediterrâneo — mas não só.

Foram recuperados cerca de 36 fragmentos do Farol de Alexandria, que permanecem protegidas junto à fortaleza de Qaitbey e no teatro romano.

Refletem a grandeza do império e tudo o que nele estava contido”, garante o site ‘Vou Sair’. Ainda hoje os exploradores prosseguem as suas pesquisas para encontrar todos os vestígios de uma das cidades mais importantes do mundo egípcio.

Baiae, Itália

O luxo da Roma antiga foi completamente submerso e esquecido junto à cidade de Baia, na península de Cumaean.”

Devido às águas termais relaxantes, ao clima agradável e às construções exuberantes, este local era considerado um destino de férias para celebridades da época, como Júlio César, Nero e Marco António. Imagine uma espécie de Las Vegas do Império Romano: um balneário localizado a aproximadamente 30 quilómetros de Nápoles, na ardente e sedutora costa oeste da Itália, que satisfazia os caprichos dos poetas, generais e de quem se aventurasse por lá. Porém, um estranho fenómeno provocou o seu afundamento.

A mesma atividade vulcânica que criara as famosas águas termais levou Baia a ficar submersa. O mais inusitado é que este mesmo fenómeno conhecido como bradissismo — movimento gradual de subida e descida da superfície da Terra causado pela atividade sísmica e hidrotermal —, fez com que o solo cedesse lentamente de quatro a seis metros, submergindo grande parte da cidade.

Gradualmente, estão ali a ser descobertas casas, banhos, colunas e mosaicos, que são salvos e utilizados como Museu Arqueológico de Baia. Atualmente, este é um dos parques arqueológicos subaquáticos mais impressionantes do mundo.

Desde 2002, as áreas submersas de Baia foram designadas Área Marinha Protegida pelas autoridades locais, o que significa que apenas mergulhadores licenciados podem, com um guia local, explorar as ruínas.

Algumas cidades portuguesas também podem ficar submersas até 2100

Engane-se se pensa que as cidades só ficavam submersas há várias centenas ou milhares de anos. Um estudo recentemente divulgado, desenvolvido pela Organização Não-Governamental (ONG) Climate Central indica que milhares de quilómetros quadrados de linha de costa vão ficar submersos. Isto se não se verificarem alterações nos padrões de emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE).

Até ao ano de 2100, cerca de 50 grandes cidades de todo o mundo poderão ser afetadas por esta situação.

No caso de Peniche, (...) até no cenário menos pessimista, aquela cidade voltará a ser uma ilha.

A NASA indicou que, na última década, os níveis da água dos oceanos subiram cerca de 9 cm, o que dá uma média de 0,3 cm/ano. À medida que a temperatura média do planeta está a subir, a concentração cada vez mais significativa de população nas regiões litorais, relativamente próximas da linha de costa, poderá tornar-se um perigo a curto e médio prazo.

Tal como no resto do mundo, os impactes no nosso país serão significativos. As áreas lagunares, como o Haff-delta de Aveiro (Ria de Aveiro) ou o Lido de Faro (Ria Formosa) serão dos locais mais afetados, com cidades como Aveiro, Faro e Olhão a perderem parte da sua mancha urbana.