Estaremos mesmo fartos de tanta água?
Cerca de 2/3 do planeta Terra é coberto por água, +/- 360 dos aproximados 510 milhões de Km², que compõem o terceiro corpo celeste que orbita a estrela central do sistema solar.
Neste seguimento, aludir a intrínseca relação entre a água e a atmosfera, esta enquanto camada que envolve o planeta numa espessura aproximada de 32km, funcionando como filtro às nocivas radiações, como manto térmico através de um efeito de estufa que permite a constância de uma amena temperatura média de 15⁰C no planeta, assim como balizadora climática onde ocorrem processos como a evaporação da água dos oceanos (a que corresponde 90% da humidade da atmosfera, advindo os restantes 10% da evaporação proveniente de rios, lagos e plantas através da evapotranspiração).
E, no ar, o vapor de água condensa-se em nuvens retornando sob a forma de precipitação, donde uma parte é absorvida pelas plantas, outra infiltra-se no solo (recarregando os aquíferos), e outra, como escoamento superficial, retorna ao mar – o “delicado” ciclo da água!
A história do clima no planeta Terra
A sua reconstituição revela frequentes variações climáticas, com uma forte regularidade temporal e em ciclos bem definidos, permitindo perceber que, ao longo da escala temporal, o clima foi apresentado uma alternância entre períodos glaciares frios e períodos interglaciares relativamente quentes, sendo que pela constância na última dezena de milhar de anos, surgiram condições especialmente favoráveis ao desenvolvimento das várias civilizações que antecederam a actual sociedade humana.
Contudo, desde o início do seculo XX que se tem vindo a registar um aumento da temperatura da atmosfera à superfície, com uma anormal subida nas “estações” do ano mais frias, maior do que nas estações mais quentes, tanto em termos de valor, como na “rapidez” com que ocorreram, isto porque, inevitavelmente, nos últimos 50 anos...
- houve um incremento nos níveis de alguns dos gases que compõem a atmosfera, particularmente dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, hexaflureto de enxofre e hidrofluorcarbonetos - (GEEs),
- por relação directa com a queima desenfreada de combustíveis fósseis (que acompanha a massificação de um consumismo galopante),
- pela descontrolada desflorestação,
- pela intensa agropecuária, assim como,
- por culturas/cultivos desfasados das condições edafoclimáticas dos territórios.
Mas não deve ser menosprezada a interferência que as “acções” humanas têm no delicado e complexo “mecanismo clima”. Perceber assim que, ao longo do presente século, o ser humano poderá vivenciar algumas dessas alterações, em face do que, se torna premente avaliar a vulnerabilidade dos vários sistemas naturais e sociais, perante os efeitos de mudanças nos padrões do clima, com potenciais impactes (positivos e negativos), e inerentes consequências em termos de uma prevista progressiva redução da precipitação anual, aumento de temperatura, maior concentração da precipitação nos meses de “Inverno”, (…).