Esta praia portuguesa é vigiada por uma enigmática ilha-fortaleza misteriosa

Localizado ao largo da costa alentejana, este areal tem vista privilegiada para uma pequena ilha que guarda as ruínas de uma fortaleza do século XVII. Claro que as lendas e histórias de piratas e pescadores são várias. Conhece alguma?

Praia Ilha do Pessegueiro
É inspiração para músicas e lendas. Foto: Junta de Freguesia de Porto Covo

Boas notícias! Apesar de se prever para esta semana, 9 a 15 de setembro, que a frescura do outono climatológico afetará uma grande parte da Europa Ocidental, Portugal continental poderá constituir-se como um “oásis” térmico na Europa Ocidental. Porquê?

Caso as previsões dos mapas da Meteored e do modelo EPS se concretizem, o nosso país registará temperaturas ligeiramente superiores à média, embora com uma alternância entre dias mais frios, e outros mais quentes do que o habitual (como o que se prevê para o dia 11 de setembro). O que, no fundo, acaba por ser normal nesta época do ano. Afinal, estamos no primeiro mês do outono climatológico, o que significa que estamos sempre sujeitos a uma grande variabilidade de estados de tempo.

E estas temperaturas “ligeiramente superiores” não são apenas boas para quem decidiu marcar férias para este período. Todos os que já regressaram ao trabalho e que entraram na já conhecida cantiga das saudades (“ai, que saudades que tenho da praia”; “já ia de férias outra vez”), poderão aproveitar o fim de semana para um passeio de despedida do verão. E, claro, que este só poderia ter como destino um cenário de areia e mar. Mas a nossa sugestão não é uma qualquer.

“Roendo uma laranja na falésia/ Olhando o mundo azul à minha frente/ Ouvindo um rouxinol na redondeza/ No calmo improviso do poente.”

Porto Covo ficou imortalizado pela voz inconfundível de Rui Veloso, mas é pela famosa Ilha do Pessegueiro que muitos ali chegam.

Um paraíso para descobrir

Sim, sabemos que Porto Covo já não é a pacata aldeia piscatória que Carlos Tê e Rui Veloso deram a conhecer ao mundo. No entanto, continua a manter vivo o encanto que tanto fascina quem passeia pelas pequenas ruelas.

Porto Covo
O maior atrativo de Porto Covo são as praias. Foto: Iberian Escapes

Embora este destino já não seja completamente estranho nos roteiros turísticos, ainda oferece recato e tranquilidade aos visitantes que aqui chegam cansados da confusão das cidades.

Mesmo quando parece haver gente a mais — o que acontece sobretudo nos fins de semana de verão —, não faltarão trilhos à beira-mar para procurar recantos mais selvagens e contemplativos, onde é possível roer uma laranja na falésia, escutando apenas o vai-e-vem das ondas e olhando um mundo azul à nossa frente”, lê-se no jornal ‘Público’.

Ainda assim, a nossa sugestão é mesmo chegar até à praia de frente para a ilha onde “havia um pessegueiro plantado por um Vizir de Odemira”.

“Apesar de hoje em dia ser ainda mais conhecida e destino para muitos portugueses no verão, [a Praia do Pessegueiro] é uma praia onde, mesmo nos meses de julho e agosto, se consegue estender a toalha sem ter uma multidão à volta”, garante o ‘Sapo Viagens’. O caminho não é difícil.

Como lá chegar?

A distância a percorrer é de aproximadamente três quilómetros — seis para quem se aventurar na ida e volta a pé desde Porto Covo. “Se a intenção é fazer praia e dar descanso às pernas, o carro será uma opção aceitável. Porém, para quem gosta de andarilhar, este é um percurso que vale a pena ser feito a pé, sentindo o hálito fresco e húmido do mar a bater-nos na cara”, continua o 'Público'.

Para partir à aventura, basta descer até ao porto marítimo de Porto Covo, onde poderá encontrar as embarcações dos últimos pescadores, e fazer-se ao caminho do outro lado da pequena baía.

De fácil acesso e bem sinalizada, a praia da Ilha do Pessegueiro fica logo a seguir.

“Ainda nas proximidades da antiga aldeia piscatória, as magníficas falésias oferecem interessantes perspetivas sobre pequenos nacos de areia deixados a descoberto pela descida da maré. São lugares completamente desertos de vida humana, banhados por sedutoras águas transparentes e encaixados entre as arribas, onde gaivotas e pequenas aves limícolas encontram poiso seguro e procuram alimento”, acrescenta o jornal.

Ao chegar, será difícil não reparar na curiosa ilha que emerge das águas límpidas e cristalinas, e que parece crescer a cada passo dado. No entanto, o que realmente chama a atenção é a Fortaleza de Nossa Senhora da Queimada.

Uma ilha-fortaleza

Construído no século XVII, este forte ainda guarda a ilha. Originalmente, fazia parte de um sistema de defesa junto com uma fortaleza gémea na costa, destinada a proteger a região de possíveis invasores. Infelizmente, o projeto nunca foi totalmente concluído, mas as ruínas que ainda resistem são o suficiente para despertar a imaginação de qualquer visitante.

Ilha do Pessegueiro
Não há pessegueiros à vista. Foto: roteiro-campista.pt

Mas não se deixe enganar. Recomendamos, sim, que visite a ilhota, mas não para tentar encontrar o célebre pessegueiro que lhe terá dado nome. É que esta árvore já não existe — se é que alguma vez existiu.

A origem do nome

Situado ao largo da costa de Sines, este é um daqueles lugares onde a história, a natureza e um toque de mistério se unem para criar um cenário encantador e, ao mesmo tempo, intrigante.

Curioso sobre a origem do nome da ilha? "Pessegueiro" vem da palavra latina “piscatorius”, que significa "pesqueiro". Dá para perceber, então, que o nome se refere à atividade piscatória que já se praticava na zona desde tempos remotos — e não à árvore de que tanto se fala.

Mas deixemos que o mistério permanece e que a ilha de tamanho modesto seja fonte de histórias para contar. Afinal, é isso mesmo que dá aquele toque extra ao destino.

E se há local com que merece servir de inspiração para lendas e fábulas é mesmo este. Porquê? Porque desde a presença dos romanos, que por aqui estabeleceram um porto, até aos piratas que rondavam estas águas no passado, a Ilha do Pessegueiro foi palco de aventuras ao longo dos séculos.

Já está entusiasmado para conhecer esta ilha? Pode encontrar vários barcos que levam os turistas até lá. Uma vez lá, aproveite para explorar os vestígios de uma ocupação muito antiga.