Esta fonte portuguesa é uma das obras mais significativas em território nacional, mas poucos a conhecem
Este fim de semana estarão reunidas as condições meteorológicas perfeitas para se aventurar e conhecer aquele que é um dos raros exemplos inalterados de arquitetura civil gótica em Portugal.
Farto dos episódios de instabilidade atmosférica e de não conseguir usufruir completamente dos dias de descanso que ainda tem pela frente? Temos boas notícias para si — e uma sugestão ainda melhor.
Depois de um primeiro dia de agosto com previsões, para algumas zonas do país, de ocorrência de aguaceiros residuais e o risco de trovoadas, o calor ganhará novamente terreno em Portugal continental.
“De sexta (2) para sábado (3) e de sábado (3) para domingo (4) ocorrerá uma gradual subida das temperaturas máximas. Em quase todo o território se vislumbra este cenário de intensificação do calor”, prevê a Meteored Portugal.
O melhor é que as poeiras do Saara vão, finalmente, diminuir em concentração e extensão geográfica.
Ora, portanto… calor e melhor qualidade do ar. Tudo junto só pode significar uma coisa: fim de semana de passeio. E nós temos a proposta ideal para si.
Um passeio diferente
Há quem diga que este é um “lugar magnífico”. Outros utilizam o adjetivo “mágico” para descrevê-lo. Do que é que estamos a falar? Da Fonte das Figueiras, ou Fonte Mourisca, como também é conhecida.
Para quem visitar a cidade de Santarém, sugerimos que tire um momento para descansar neste que é considerado um dos raros exemplos de arquitetura civil gótica que ainda podemos encontrar em Portugal.
Sim, naquela que é considerada a capital do gótico, esta fonte é dos poucos modelos praticamente inalterados da arquitetura gótica atualmente. Apesar de algumas intervenções ao longo dos anos para manter a sua conservação, o monumento mantém grande parte da sua estrutura original — e a visita é gratuita.
Chegar até lá não é fácil. Mesmo com a ajuda do GPS, terá de ter em conta que a Fonte das Figueiras não fica no centro de Santarém. Mas, assim que a encontrar, não se irá arrepender.
Aqui ouvem-se poucas coisas além dos pássaros e das folhas das árvores a bater umas nas outras. “É um silêncio, uma tranquilidade”, diz quem por lá já passou. Palavras raras nos dias de hoje, sendo que são passados a correr de um lado para o outro.
Um mergulho na História
Classificada como Monumento Nacional desde 1910, foi construída em 1375, durante o reinado de D. Fernando I. Há quem diga até que era como se fosse o posto de combustível de antigamente. Porquê? Porque era aqui, na Fonte das Figueiras que as pessoas, quando viajavam com os animais, traziam os cavalos para se refrescar e comer alguma coisa. Era também aqui que as mulheres lavavam a roupa e colocavam a conversa em dia.
“Datada do século XIV, a Fonte é constituída por um singelo alpendre ameado com 3 arcos ogivais, perfeitamente integrado num pano da muralha que fazia a defesa da cidade, e um tanque, onde antigamente a população ribeirinha local podia lavar a roupa. A frontaria está decorada com o escudo real, relembrando a proteção régia às obras municipais”, lê-se no site oficial de turismo de Portugal, VisitPortugal.
“Estrategicamente situada no percurso que levava à cidade intramuros, é frequentemente referida em documentação da época. Apesar de as figueiras, que lhe deram o nome, terem sido substituídas por outro tipo de vegetação, continua a ser um local extremamente repousante.”