Esta é a flor mais antiga do mundo, e não é a magnólia nem a orquídea
Conheça a Cladophlebis, a flor mais antiga do mundo, cujo legado ancestral desperta curiosidade e admiração no estudo da evolução das plantas e da paleobotânica.
Na história da vida na Terra, existe uma flor cujo legado remonta a tempos insondáveis, desafiando épocas e convenções botânicas: a Cladophlebis. Num mundo onde a magnólia e a orquídea reinam como símbolos de beleza floral, o Cladophlebis é um testemunho da resistência e longevidade da natureza.
Através das lentes da paleobotânica, revelaremos os segredos guardados por esta flor milenar e ficaremos maravilhados com o seu papel como guardiã de tempos passados no jardim da história natural.
Uma olhar na história
Cladophlebis, cujo nome significa “folha ramificada”, pertence às pteridófitas ou samambaias, grupo de plantas extintas que povoaram a Terra durante o Mesozoico e o Paleozoico tardio, aproximadamente entre 284 e 70 milhões de anos atrás. Com ampla distribuição em ambos os Hemisférios, a Cladophlebis apresentava diversas espécies, como C. akhtashensis, C. arctica, C. browniana, entre outras.
Blanco-Moreno & Buscalioni in press | #Quantitative and #qualitative frond analysis of the #fern Cladophlebis: Distinguishing #morphotypes from the Barremian locality of Las Hoyas (southwestern Iberia Basin, Cuenca, #Spain) | Rev. Palaeobot. Palynol.: https://t.co/DuuLlIAgxT pic.twitter.com/PEHnxJcirO
— Carlos Góis-Marques (@CGoisMarques) June 19, 2021
O que diferencia a Cladophlebis é sua estrutura, já que as suas folhas em leque divididas em segmentos a diferenciam das restantes plantas. Esta adaptação morfológica permitiu-lhe prosperar numa variedade de ambientes, desde florestas tropicais até regiões mais áridas.
Informações sobre a evolução da vegetação e do clima
Embora Cladophlebis tenha desaparecido há muito tempo da Terra, o seu legado continua vivo no estudo da paleobotânica e na compreensão da evolução das plantas.
É um dos primeiros expoentes da reprodução sexuada nas plantas: este feto primitivo desempenhou um papel crucial na colonização das paisagens terrestres pela vegetação. As suas estruturas reprodutivas, semelhantes a esporos, foram dispersas no ar ou na água, permitindo a disseminação da planta para novas regiões e a diversificação de sua linhagem.
Além da sua importância histórica, a Cladophlebis também oferece informações valiosas sobre o clima e o meio ambiente dos tempos antigos.
O estudo dos seus fósseis revela pistas sobre as condições atmosféricas, a composição da vegetação circundante e as mudanças na paisagem ao longo de milhões de anos.
Outras flores antigas do mundo
Além da espécie Cladophlebis, que é a mais antiga do planeta, existem outras flores que têm uma grande história, como:
- Archaefructus: este género de plantas com flores remonta ao início do período Cretáceo, aproximadamente 125 milhões de anos atrás. Fósseis foram encontrados na China e são considerados um dos primeiros exemplos de flores verdadeiras.
- Montsechia vidalii: descoberta em depósitos do Cretáceo Inferior na Espanha, estima-se que esta planta aquática seja um dos primeiros tipos de flores a existir na Terra, datando de cerca de 130 milhões de anos atrás.
- Primitive Nymphaeaceae: pertence à família Nymphaeaceae, que inclui plantas aquáticas como os nenúfares. Os fósseis desta planta datam do Cretáceo Inferior, aproximadamente 130 milhões de anos atrás.
- Amborella trichopoda: esta planta é considerada um fóssil vivo e é a única espécie do seu género. A sua origem remonta pelo menos ao início do período Cretáceo, cerca de 130 milhões de anos atrás.