Espanha decide encerrar central nuclear de Almaraz em 2023

A notícia foi conhecida na véspera de mais uma Cimeira luso-espanhola e foi muito bem recebida por Portugal que aplaudiu a decisão de encerrar a central nuclear de Almaraz até ao ano de 2024.

Reatores de Almaraz vão encerrar de forma faseada.

O Governo espanhol pretende começar a encerrar as centrais nucleares do país à medida que estas cumpram 40 anos de actividade, prevendo que um dos reactores da Central Nuclear de Almaraz seja desligado em Setembro de 2023 e o outro em Julho de 2024. A notícia foi confirmada pelo secretário de Estado da Energia espanhol, José Domínguez, que indicou numa conferência, realizada esta quinta-feira, que Madrid não deverá prorrogar as licenças para as centrais nucleares. Assim, quando estas atingirem os 40 anos de vida útil, os sete reactores que estão a funcionar serão desligados entre 2023 e 2028.

Segundo a imprensa espanhola o secretário de Estado da Energia, José Dominguez, avançou que será negociado o encerramento com as empresas que as exploram, de uma forma escalonada e com garantias para os desmantelamentos posteriores.

Segundo o governante espanhol, as Centrais Nucleares têm uma vida útil de 40 anos, mas é necessário um encerramento ordenado e decidido em parceria com a Comissão de Segurança Nuclear, explicou José Domínguez. Segundo este plano, a central nuclear de Almaraz I, seria fechada em Setembro de 2023 e Almaraz II em Julho de 2024.

Quanto às restantes: o encerramento da Central de Ascó I, em Dezembro de 2024, Cofrentes em Março de 2025, Ascó II em Março de 2026, Vandellós II em Março de 2028 e Trillo em Agosto do mesmo ano, encerrando o ciclo de vida das Centrais e o fim do nuclear em Espanha.

Espanha decidiu encerrar Central de Almaraz.

Almaraz e o rio Tejo

Almaraz tem dois reatores nucleares e está situada a cerca de 100 km da fronteira portuguesa, numa das margens do rio Tejo. Diversos grupos de defesa do ambiente em Portugal e também em Espanha têm contestado a continuação do período de vida da central para além do termo da autorização em vigor.

O Governo português tem manifestado o seu desagrado com a produção de eletricidade através da energia nuclear, mas Lisboa defende que Madrid é soberana para decidir a forma de produzir energia elétrica no seu país.

Em fevereiro de 2017, sentiram-se os efeitos do funcionamento da central nuclear de Almaraz, embora dentro dos parâmetros considerados normais para a vida humana. As águas do rio Tejo registam níveis de trítio superiores às detectadas noutros rios do país, segundo o Laboratório de Segurança Radiológica. A 100 quilómetros da fronteira, o caudal tem mais 80% deste tipo de partículas, mostram os resultados da vigilância radiológica ambiental a cargo do Laboratório de Protecção e Segurança Radiológica (LPSR).