Em 2021 a época de furacões no Atlântico será muito ativa
Espera-se que este ano seja mais um ano em que os ciclones tropicais no Atlântico ocorram em número superior ao normal. Contamos-lhe mais aqui!
Além de se prever uma temporada ativa de furacões no Atlântico para este ano também existe uma probabilidade elevada de maior parte desses furacões atingirem a costa leste dos EUA e o Mar das Caraíbas, incluindo furacões mais intensos, mais destrutivos.
Previsões para 2021
De acordo com a equipa de cientistas da Universidade do Estado do Colorado (CSU), liderada pelo Dr. Phil Klotzbach, prevê-se que em 2021 a época dos furacões no Atlântico (1 de junho a 30 de novembro) seja uma época muito ativa, colocando este ano como o sexto ano consecutivo com um número de furacões superior ao normal.
Esta previsão baseia-se em parte à persistência do fenómeno La Niña, arrefecimento periódico das águas do oceano tropical do Pacífico oriental e central, pelo menos até início do verão. A equipa prevê que sejam 17 as tempestades nomeadas no Atlântico, incluindo 12 furacões, sendo 4 muito intensos e gravosos. Isto é cerca de 40% mais do que uma temporada média de tempestades. No período entre 1981 e 2010, a média foi de 12 tempestades nomeadas, com 10 furacões, sendo 3 mais destrutivos.
Durante a época de furacões são monitorizados diferentes parâmetros para permitir caracterizar a respetiva época. Deste modo, além do número de furacões e intensidade, são contabilizados também o número de dias de tempestades nomeados e de furacões e a Energia de Ciclone Acumulada (ACE), de entre outros parâmetros. A Energia de Ciclone Acumulada é calculada com base nos ventos dos ciclones tropicais e é um valor utilizado como um índice de potencial de destruição de furacões.
Ainda de acordo com a CSU, este ano, todos os parâmetros que são normalmente monitorizados durante a temporada dos furacões, serão provavelmente acima da média. A CSU prevê cerca de 80 dias de tempestades nomeadas (35% acima da média), 8 furacões (25% acima da média) e 4 furacões mais intensos (48% acima da média). A Energia de Ciclone Acumulada pode atingir 150, o que é 42% acima do normal para o período 1981-2010.
Época de furacões no Atlântico em 2020
A temporada de furacões no oceano Atlântico de 2020 foi a mais ativa alguma vez registada e a sétima com maiores impactos económicos. Atingiu-se um número recorde absoluto de tempestades numa temporada no Atlântico, com ocorrência de 30 tempestades nomeadas. Além disso, foi a quinta temporada consecutiva de furacões no Atlântico acima da média.
Até agora, 2005 era o ano que tinha o maior registo de tempestades nomeadas, 28, das quais 7 evoluíram para furacões especialmente destrutivos, incluindo o furacão Katrina, que deixou mais de 1.800 mortos só nos Estados Unidos. Das 30 tempestades registadas em 2020, 11 atingiram a costa dos EUA, incluindo 6 furacões. O furacão Laura, de categoria 4, atingiu o Louisiana no final de agosto e foi o furacão mais forte no Louisiana em 150 anos, com ventos catastróficos, tempestades e inundações ao longo da costa.
De referir ainda que em 2020 ocorreu o furacão Iota, de categoria 5, nível mais elevado na classificação dos ciclones tropicais, com ventos de 259 km/h e que atingiu a Nicarágua, América Central, no dia 16 de novembro, com um elevado poder destruidor.
O furacão Iota foi o 2º grande furacão a formar-se em novembro de 2020, logo após o furacão Eta também registado em novembro. Atingiu-se assim um novo recorde de ocorrência de grandes formações de furacões no mês de novembro.
O furacão mais mortal da temporada de furacões de 2020 no Atlântico foi Eta, com um número de mortos de 211 na Guatemala, Honduras e México no início de novembro. O furacão Laura foi o segundo mais mortal, com 77 mortes relatadas ao longo de seu caminho do Haiti para Louisiana e Texas e o terceiro furacão mais mortal foi Iota, com oficialmente 61 mortes relatadas.