Eis as razões pelas quais as alergias sazonais estão a aumentar em crianças
Os especialistas em pneumologia do Grupo IHP alertam para um aumento progressivo da percentagem de crianças com alergias sazonais e informam que as crianças estão a apresentar sintomas numa idade cada vez mais jovem.
Os especialistas em pneumologia do Grupo IHP afirmam que o número de crianças com alergias, em idades cada vez menores, está a aumentar. Os fatores que influenciam este aumento são a poluição, assim como as condições meteorológicas, o vento e a menor ocorrência de precipitação.
Isto foi sublinhado pela pneumologista Marina Calvo Fernández, do centro IHP de Córdoba, que explicou que a idade do início dos sintomas está a mudar. "Estamos a ver cada vez mais crianças pequenas, mesmo com dois anos de idade, que já mostram sintomas de alergia sazonal", afirmou.
As alergias sazonais são mais frequentes nas crianças
Segundo a especialista deste grupo pediátrico andaluz, as alergias sazonais são mais frequentes em crianças do que em adultos, com 10% das pessoas alérgicas a serem crianças entre os 6 e os 7 anos de idade e 20% entre os 13 e os 14 anos, de acordo com os últimos estudos.
Ácaros e pólen: os alergénicos mais comuns
Segundo a Dr.ª Marina Calvo, os ácaros são os pneumo-alergénicos mais comuns nas crianças, já que são o principal agente causador de alergias em espaços fechados, seguido pelos pólens e pela alternaria, um tipo de fungo que também provoca alergias nas crianças.
Em Portugal, de janeiro a maio, são geralmente as árvores como o pinheiro, a oliveira e o ulmeiro que dispersam o pólen. Entre maio e fins de junho, as gramíneas são responsáveis pelas maiores concentrações de pólen no ar.
O calendário polínico, disponível no site da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, bem como os nossos mapas do pólen aqui na Meteored, são uma ajuda preciosa para saber quando são libertados diversos tipos de pólenes e em que zonas do País as concentrações são mais elevadas.
Influência da meteorologia e da poluição
A intensidade da estação das alergias sazonais pode variar de ano para ano, dependendo em grande parte das condições meteorológicas. Estas afetam os dias de polinização e as concentrações de pólen no ar, aumentando nos dias mais ventosos e diminuindo quando há chuva.
Para além disto, todos os poluentes que existem no ar podem aumentar a potência e o efeito que os diferentes tipos de alergénicos provocam. Assim, alguns elementos como o dióxido de nitrogénio ou o ozono podem provocar certas alterações químicas em alguns alergénicos, aumentando, dessa forma, o seu efeito nas pessoas que reagem a eles.
Esta situação, aliada às mudanças que têm vindo a ocorrer no clima a nível global, explicaria o motivo pelo qual são cada vez mais as pessoas que são afetadas por todo o tipo de alergias, em especial o pólen, com maior agressividade.
Segundo a Rede Portuguesa de Aerobiologia, informação que é comprovada pelos nossos mapas do tempo.pt, neste momento, todo o continente português está sob o risco muito elevado de concentração de pólen no ar, à exceção dos arquipélagos dos Açores e da Madeira, onde o risco é baixo. Esta previsão é atualizada todas as semanas, pelo que é importante acompanhar a mesma.