E se um buraco negro entrasse no nosso Sistema Solar? Quais seriam as consequências?
Os buracos negros são enormes, quase invisíveis e tão poderosos que nem a luz lhes consegue escapar. Então, o que aconteceria se um entrasse no nosso Sistema Solar? Saiba aqui!
As consequências de um buraco negro no nosso Sistema Solar dependem de muitos fatores, incluindo o tamanho e a distância do mesmo. Contudo, em muitos cenários, não aconteceria grande coisa.
Se um buraco negro entrasse de facto no nosso Sistema Solar, os maiores efeitos seriam gravitacionais. E esses efeitos dependeriam da massa do buraco negro.
Os tipos de buracos negros que conhecemos
Os buracos negros que conhecemos são buracos negros de massa estelar - ou seja, buracos negros que têm entre algumas a 100 vezes a massa do Sol - ou buracos negros supermassivos, que têm entre 100 000 e milhares de milhões de vezes a massa do Sol e que se encontram geralmente no centro das galáxias. Mas também há outras possibilidades.
Por exemplo, pode ser possível criar mini buracos negros num acelerador de partículas. Estes iriam variar entre um único grama e a massa de um ser humano, e teriam um tamanho microscópico.
Depois, há os buracos negros primordiais, que se podem ter formado como resultado de flutuações de massa e densidade no início do Universo.
O que aconteceria ao nosso planeta caso o sol fosse substituído por um buraco negro?
Se o Sol fosse substituído por um buraco negro igualmente maciço, todos os planetas permaneceriam nas suas órbitas atuais, circundando o buraco negro a uma distância segura. A vida seria impossível sem a luz e o calor do Sol, mas pelo menos a Terra sobreviveria.
No entanto, se um buraco negro tão maciço como o Sol entrasse no nosso Sistema Solar por qualquer outro meio, as coisas seriam muito diferentes. Os planetas seriam atirados para o espaço pelas forças gravitacionais ou seriam despedaçados pelas fortes forças de maré do buraco negro. Mas, felizmente, as hipóteses de isto acontecer são muito reduzidas.
Se um buraco negro de massa estelar ou maior passasse pelo nosso Sistema Solar, poderia ser um desastre, dependendo da sua proximidade e velocidade. Se passasse pela nuvem de Oort - a região mais distante do Sistema Solar - poderia perturbar os cometas e asteróides que aí orbitam e levá-los a dirigir-se para o nosso planeta, disse Voggel.
Se o buraco negro se aproximasse um pouco mais - digamos, 100 unidades astronómicas, ou um pouco para lá da órbita de Plutão - poderia alterar as órbitas de Urano, Neptuno e Plutão. "Mas provavelmente a Terra ainda não seria muito afetada", disse Voggel. Só quando o buraco negro passasse entre as órbitas de Urano e Plutão é que a Terra começaria a sentir os seus efeitos.
Isto poderia alterar as estações do ano, mergulhando-nos numa era glaciar ou aumentando as temperaturas de tal forma que a vida na Terra se extinguiria. Se o buraco negro passasse dentro da órbita de Saturno, provavelmente afastar-nos-ia da zona habitável onde pode existir água líquida. Se passasse na órbita de Júpiter, começaríamos a sentir os efeitos das marés quando a Terra começasse a orbitar o buraco negro.
Apesar de não ser impossível, os investigadores defendem que estes cenários são altamente improváveis.