Drama no Espaço: atmosfera de um planeta está a perder-se!
A atmosfera da Terra, composta por uma fina camada de gases, mantém-se constantemente ao redor do planeta, situação que, por vezes, não acontece noutros planetas espalhados pela galáxia. Saiba mais sobre este assunto, connosco!
Um planeta gasoso, mais ou menos do mesmo tamanho de Júpiter, que se encontra a cerca de 900 anos-luz da Terra (exoplaneta) e que se denomina de HAT-P-32b, foi apanhado na “lente” de cientistas norte-americanos que constataram que este planeta, que orbita uma estrela pouco mais quente que o nosso Sol, denominada HAT-P-32, está a perder hélio e hidrogénio da sua atmosfera, a um ritmo acelerado.
As observações desenvolvidas através do telescópio Hobby-Eberly, que faz parte do McDonald Observatory, da Universidade do Texas, sugerem que existem grandes quantidades de hélio a fluir com uma velocidade acelerada da atmosfera superior desse planeta, formando filamentos deste gás com vários milhões de quilómetros de extensão.
Os cientistas, através dos dados obtidos nas várias observações desenvolvidas, fizeram simulações sobre a quantidade de gás que o exoplaneta HAT-P-32b está a perder e chegaram a números surpreendentes: estima-se que esteja a perder cerca de 1000 milhões de quilos de hélio por segundo. É uma taxa de perda impressionante, mas que equivale à atmosfera da Terra perder “apenas” cerca de 50 gramas de hélio por segundo.
Para onde vai o gás? Porque é que isto acontece?
O nosso sistema solar é muito diferente do sistema HAT-P-32. Este só contém uma estrela e um planeta (o referido acima), que orbita muito mais perto do seu Sol, se compararmos o planeta Mercúrio e a nossa estrela. Um ano em HAT-P-32b é o equivalente a pouco mais de 50 horas na Terra, sendo 40 vezes mais rápido do que um ano em Mercúrio. Esta proximidade à estrela faz com que o planeta seja constantemente bombardeado com altos níveis de radiação, sendo esta uma das razões para a desintegração da atmosfera.
Através da análise da órbita completa do planeta HAT-P-32b foi possível compreender que o fluxo de hélio que está a deixar a atmosfera superior se estende por mais espaço do que se acreditava anteriormente. O planeta está a deixar dois rastos distintos, um à frente, na sua órbita e outro atrás. Este é mesmo o primeiro exoplaneta conhecido a ter duas “caudas”, que no seu conjunto se estendem por mais de 6 milhões de quilómetros.
Apesar de este ser um exemplo dramático de perda de atmosfera, os especialistas calcularam que ainda demoraria mais de 1 bilião de anos até que o HAT-P-32b perdesse a totalidade da sua atmosfera. E esta situação pode nunca vir a acontecer pois os mesmos especialistas acreditam que este pequeno sistema planetário morrerá bem antes disso.