Do fogo à glória: os Passadiços do Paiva são muito mais do que um trilho
Sete vezes campeões nos World Travel Awards e uma história de resiliência. Descubra porque é que os Passadiços do Paiva, em Arouca, continuam a encantar o mundo inteiro.
Esqueça a chuva, o vento forte e até mesmo o risco de trovoada por um pouco. É verdade que o tempo em Portugal continental tem sido caracterizado por uma espécie de montanha-russa das temperaturas e que se prevê chuva, por vezes acompanhada de trovoada, em várias regiões entre quarta e quinta-feira (18 e 19 de dezembro). Ainda assim, não precisa de cancelar já os seus planos para este fim de semana.
“Para sexta-feira (20) espera-se que o estado do tempo em Portugal continental estabilize gradualmente”, escreveu Alfredo Graça esta segunda-feira. “No Continente espera-se um tempo predominantemente anticiclónico no fim de semana, com céu pouco nublado ou limpo e frio, sobretudo no sábado (21). No domingo (22) as temperaturas máximas poderão subir ligeiramente.”
Por isso mesmo, pode aproveitar para um passeio antes da Consoada — nem que seja através de um clique no telemóvel (ou computador).
Se há um lugar em Portugal que faz os amantes da natureza e da aventura suspirarem, é nos Passadiços do Paiva, em Arouca. E não é só conversa de quem gosta de trilhos.
A honra não é pouca, mas quem já lá esteve sabe que é mais do que merecida.
Um trilho que encanta e desafia
Com cerca de 8,7 quilómetros de extensão, estes passadiços de madeira serpenteiam pela margem esquerda do rio Paiva, num cenário que parece ter saído de um conto de fadas, mas com desafios bem reais. A escolha do ponto de partida — seja na praia fluvial do Areinho ou de Espiunca — dita se a aventura começa com uma subida íngreme ou se é mais suave.
E se o trilho já não fosse suficientemente épico, temos de falar da Ponte 516 Arouca, uma das maiores pontes pedonais suspensas do mundo. A 150 metros de altura sobre o rio Paiva, caminhar sobre esta maravilha é uma experiência vertiginosa e absolutamente inesquecível. Mas não se preocupe: ainda que dê um friozinho na barriga, a estrutura é completamente segura.
"O bilhete dos Passadiços do Paiva não dá acesso à 516 Arouca", avisa o site da Câmara Municipal de Arouca. "Se pretende visitar estas duas infraestruturas, deve adquirir bilhete para a 516 Arouca. O mesmo dá acesso aos Passadiços do Paiva desde que a visita ocorra no mesmo dia."
Uma região com selo de qualidade
Desde que foi inaugurado, em 2015, este percurso de madeira já recebeu mais de 1,5 milhões de visitantes, de acordo com informação da Câmara Municipal de Arouca.
E não é por acaso que o projeto integra o Arouca Geoparque Mundial da UNESCO, uma área que mistura história, geologia e biodiversidade como poucos lugares no planeta. Por ali, vive-se em harmonia com a natureza, que acolhe espécies raras e em risco de extinção.
Mesmo após os desafios causados pelos incêndios em 2024, os passadiços voltaram rapidamente a brilhar, mostrando a resiliência e dedicação da equipa que cuida deste património. Sim, porque, o percurso tem enfrentado desafios ao longo dos anos.
Uma aventura com altos e baixos
Logo nos dois primeiros anos, os incêndios em 2015 e 2016 danificaram partes da estrutura, obrigando a obras e encerramentos parciais. Este ano, outro incêndio voltou a pôr à prova este símbolo de turismo de aventura.
O fogo de 2024: mais um desafio superado
Em setembro de 2024, um incêndio de grandes dimensões atingiu o município de Arouca, destruindo cerca de 2 quilómetros dos Passadiços do Paiva, incluindo troços icónicos como a escadaria junto à Praia Fluvial do Areinho. A área ardida representou um golpe significativo, mas o espírito resiliente da região prevaleceu.
Após uma avaliação de segurança, o troço Espiunca-Vau, com cerca de 4 quilómetros, voltou a acolher visitantes. Apesar de ser apenas metade do percurso original, continua a proporcionar uma experiência única de aventura e contacto com a natureza.
“Os Passadiços do Paiva são uma das maiores atrações do nosso concelho e, como tal, um importante ativo em termos da dinâmica turística e económica do território“, referiu à 'Lusa' a presidente da Câmara de Arouca, Margarida Belém.
Segundo a autarca, como tal, era fundamental assegurar “a rápida reconstrução dos troços ardidos no incêndio de setembro”, de forma ser possível ter “uma experiência completa de visitação, já que atualmente só está aberto o troço dos Passadiços entre Espiunca e o Vau“.
Ainda assim, e mesmo com um trajeto atribulado, os Passadiços do Paiva continuam a encantar visitantes e a somar prémios. Este pedacinho de Arouca é prova viva de que, mesmo perante adversidades, a beleza e a força da natureza prevalecem. Venha conhecê-los e descubra por que merecem ser chamados os melhores do mundo no turismo de aventura.
A aventura que o mundo reconhece
Sim, porque concorrer com destinos de renome internacional como o Clymb Abu Dhabi ou as Dunn’s River Falls, na Jamaica, não é fácil. Mas os Passadiços do Paiva provaram mais uma vez que Portugal sabe criar experiências únicas.
Desde 2016, já somam 20 prémios, consolidando o seu lugar como referência mundial no turismo de aventura e natureza.
Ainda está a pensar porque deve visitá-lo?
Nós explicamos: porque não é só um passeio. É uma viagem pelos sentidos, pela história e pela essência de um Portugal autêntico. É uma conquista para Arouca e para todos os que acreditam que a beleza natural é o nosso maior tesouro.
Se ainda não visitou os Passadiços do Paiva, fica o convite: calce os sapatos de caminhada e venha descobrir por que este pedacinho de Arouca conquistou o coração do mundo.