Dia Mundial do Solo: salinização dos solos ameaça segurança alimentar
Celebra-se este domingo, 5 de dezembro, em redor do globo, o Dia Mundial do Solo. Atualmente, é impossível contornar a importância desta data, sobretudo numa altura em que a produtividade agrícola está em risco, e consequentemente, a segurança alimentar. Fique a saber mais connosco!
O Dia Mundial do Solo foi comemorado pela primeira vez quando decorria o ano de 2002. A União Internacional de Ciências do Solo (IUSS, na sigla em inglês), promoveu uma jornada de reconhecimento da importância que o solo representa para a Humanidade e para a vida na Terra.
Curiosamente, a escolha do dia 5 de dezembro em 2013 por parte da Assembleia Geral das Nações Unidas, deve-se ao facto de ser a data de nascimento do antigo Rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, um dos principais promotores da criação do dia do solo.
Outra das entidades responsáveis pelo fomento da importância deste dia é a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês). As duas organizações anteriormente mencionadas, dinamizam este dia para consciencializar toda a população acerca da importância do recurso natural não renovável que é o solo.
A preservação e proteção deste recurso torna-se primordial, dado que a ele estão associadas variadíssimas funções. A função vital diz respeito ao fornecimento da alimentação humana (e não só), sendo possível destacar outras funções como conservar a biodiversidade, facilitar o ciclo hidrológico e do carbono, proteger as águas superficiais e subterrâneas e, por último, reduzir o impacto das alterações climáticas.
A problemática da salinização dos solos ameaça a segurança alimentar
Este ano, a FAO escolheu como mote a frase “vamos parar a salinização do solo e aumentar a sua produtividade”. Tendo como premissa a ameaça que a salinização do solo representa para a segurança alimentar global, a FAO adverte que muitos países ainda carecem de capacidade adequada de análise do solo.
Mais de 833 milhões de hectares de solos em todo o mundo já estão afetados pelo sal, como mostra o mapa global lançado pela FAO em outubro. De acordo com as estimativas, mais de 10% da terra cultivada é afetada pelo sal, o que representa um grande risco para a segurança alimentar em todo o mundo. Algumas das regiões mais afetadas encontram-se na Ásia Central, no Médio Oriente, América do Sul, Norte de África e Pacífico.
Segundo esta organização, a gestão das áreas afetadas pelo sal exige uma abordagem integrada, abrangendo a gestão sustentável do solo e da irrigação e drenagem, a seleção de culturas e plantas tolerantes ao sal, incluindo as halófitas, capazes de crescer bem em tais ambientes.
A recolha de dados sobre o solo e a criação de capacidade suficiente nos laboratórios do solo dos países membros da FAO é essencial para gerir os recursos terrestres do solo e preparar as bases para uma agricultura digital no futuro. Com esta realidade em vista, pretende-se assim, incentivar os governos, as organizações, as comunidades e todos os indivíduos a assumirem um compromisso de melhoria da saúde dos solos, de forma proactiva.
Solos salinizados, como surgem?
Os solos costumam apresentar sais em níveis diferenciados. Quando este nível aumenta, alcançando uma concentração muito elevada, pode prejudicar o desenvolvimento de algumas plantas ou culturas agrícolas mais sensíveis, podendo inclusive impedir o desenvolvimento de praticamente todas as espécies típicas de um determinado local (autóctones).
A salinização do solo pode ocorrer quando existe uma gestão insatisfatória da irrigação em regiões com clima tropical árido e semiárido, caracterizadas por índices pluviométricos reduzidos e uma forte evapotranspiração. A baixa eficiência da irrigação e a drenagem insuficiente nestas áreas provocam a aceleração do processo de salinização, tornando-as inférteis e, por isso, sem capacidade de produzir num curto espaço de tempo.