Dia Mundial da Alimentação 2021: "As nossas ações são o nosso futuro"
Hoje, 16 de outubro, celebra-se o Dia Mundial da Alimentação. Este dia é um apelo global à erradicação da fome, por um mundo em que alimentos nutritivos estejam disponíveis e sejam acessíveis a todos, em qualquer lugar.
O Dia Mundial da Alimentação celebra-se todos os anos, desde 1981, a 16 de outubro. Nesta data, no ano de 1945, foi fundada no Quebec (Canadá) a FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação.
Esta organização tem como missão aumentar os níveis de nutrição e a qualidade de vida, melhorar a produtividade na agricultura e as condições de vida das populações rurais. Desde a sua criação, a FAO tem trabalhado para atenuar a pobreza e a fome, promovendo o desenvolvimento agrícola, uma melhor alimentação e a segurança alimentar.
As atividades desenvolvidas em mais de 150 países têm feito do Dia Mundial da Alimentação um dos dias mais célebres do calendário da ONU. Centenas de eventos e atividades de divulgação reúnem governos, empresas, ONG's, meios de comunicação social e público em geral. Promovem a consciencialização para aqueles que sofrem de fome e para a necessidade de garantir dietas saudáveis para todos.
Hoje, mais de 820 milhões de pessoas não têm alimentos suficientes e a emergência climática é uma ameaça crescente à segurança alimentar. Enquanto isso, dois mil milhões de homens, mulheres e crianças têm sobrepeso ou são obesos.
Acesso a alimentos gravemente desigual em todo o mundo
Uma refeição básica está muito além do alcance de milhões de pessoas em 2020, de acordo com um novo estudo divulgado pelo Programa Mundial de Alimentos - PMA. Segundo a investigação das Nações Unidas, a pandemia da Covid-19 tem estado a agravar a situação causada por conflitos, mudanças climáticas e problemas económicos.
O relatório Custos de um Prato de Alimentos 2020 destaca os países onde uma refeição simples, como arroz com feijão, custa mais, quando comparada com o rendimento das pessoas. O Sudão do Sul está mais uma vez no topo da lista, com ingredientes básicos que custam 186% da renda diária de uma pessoa. Dezassete dos vinte principais países nessa situação estão na África Subsariana.
O relatório destaca a pandemia como um fator central para a fome em muitos países, pois obrigou as pessoas a fugir das suas casas, terras e empregos. A situação baixou drasticamente o rendimento e a disponibilidade de alimentos a preços acessíveis. No país com o prato de comida mais caro, o Sudão do Sul, a violência já deslocou mais de 60 mil pessoas e está a prejudicar colheitas e meios de subsistência.
Com o início da pandemia, a renda diária gasta com comida na mais nova nação do mundo aumentou 27%, para 186%. Se um residente em Nova Iorque tivesse que pagar a mesma proporção de seu salário por uma refeição, gastaria 393$. Burkina Faso faz parte da lista pela primeira vez, com o número de pessoas que enfrentam níveis de crise de fome a triplicar para 3,4 milhões de pessoas.
No Burundi, a instabilidade política, o declínio nas remessas e as interrupções no comércio e no emprego deixaram as pessoas do país expostas à insegurança alimentar.
O Haiti também figura entre os vinte primeiros, com consumidores a gastar mais de um terço de sua renda diária num prato de comida, o equivalente a 74$ para alguém no estado de Nova Iorque. As importações representam mais da metade dos alimentos e 83% do arroz consumido no Haiti, tornando o país vulnerável à inflação e à volatilidade dos preços nos mercados internacionais.
O PMA estima que as vidas e meios de subsistência até 270 milhões de pessoas estarão sob grave ameaça, a menos que medidas imediatas sejam tomadas para combater a pandemia.