Descobertas surpreendentes sobre a parassónia: é muito mais recorrente do que os investigadores esperavam
A parassónia é um distúrbio do sono que se manifesta cada vez mais numa sociedade, também ela, cada vez mais acelerada. Fique a saber mais sobre este tema, connosco!
O conceito de parassónia está associado a distúrbios de sono, sendo o mais comum, o sonambulismo. Mais do que este, são vários os eventos físicos indesejáveis que acontecem durante o sono, principalmente nos adultos.
Para que esta situação aconteça, contribuem diversos fatores como a idade, o género e uso de determinados medicamentos. Contudo, a maioria da população não dá a devida importância a estes eventos, nem procura ajuda médica especializada.
Caracterização da parassónia na população
No país vizinho, Espanha, estima-se que 7 em cada 10 adultos sofram de algum tipo de parassónia, sendo a prevalência superior nas mulheres, em relação aos homens. Para além do sonambulismo, há outras manifestações de parassónia, como é o caso dos pesadelos, da paralisia do sono, de distúrbios comportamentais, despertares confusos e sonambulismo sexual.
Estas manifestações podem trazer vários riscos para a saúde, nomeadamente lesões físicas, fadiga, irritabilidade, relacionados com a fraca qualidade de sono, bem como problemas emocionais sociais e familiares. Dentro da parassónia, as que tendencialmente são mais prevalentes são os pesadelos, os terrores noturnos, os despertares confusos, o sonambulismo sexual e a paralisia de sono.
Há, contudo, diferenças entre homens e mulheres: os terrores noturnos são mais comuns nas mulheres enquanto o sonambulismo sexual é mais frequente nos homens. A idade da população estudada também é um fator importante, já que quanto mais nova for a população mais probabilidade tem de experimentar um qualquer distúrbio de sono. Apenas o distúrbio alimentar no sono é mais frequente nos adultos entre os 40 e os 60 anos.
O uso de medicamentos também poderá estar associado aos distúrbios de sono, nomeadamente os medicamentos Z (do grupo dos benzodiazepínicos). Estes dados foram analisados numa amostra populacional, em Espanha, tendo sido apresentados na última sessão anual da Sociedade Espanhola de Sono.
Problemas reais, mas pouco valorizados
Os especialistas do país vizinho, tendo em conta a análise dos dados e os resultados, acreditam que os problemas relacionados com os distúrbios de sono são, de forma crónica, subdiagnosticados, acima de tudo pela falta de conhecimento da população em relação à parassónia, aos seus efeitos e às suas consequências na vida e no dia-a-dia da população.
Muitas vezes, a falta de diagnóstico também surge associada ao facto de que algumas pessoas dormirem sozinhas, logo não há um parceiro ou acompanhante que consiga identificar e alertar quando se verificam sintomas. Assim, é importante consciencializar a população para a importância do diagnóstico precoce.
Por um lado, pode ajudar a evitar lesões físicas que resultam de comportamentos perigosos e inconscientes. Por outro, pode potenciar a tomada de ação com vista à aquisição de um sono de qualidade, essencial para manter uma boa saúde física e mental.
Até porque segundo os especialistas nesta área, algumas parassónias, tal como o distúrbio comportamental do sono REM, podem ser na verdade sintomas precoces de doenças neurodegenerativas.