Depois da Forestis, CAP cria cinco agrupamentos de baldios para gerir 13 mil hectares de floresta em Trás-os-Montes

Os cinco agrupamentos de baldios abrangem seis concelhos a Norte do país: Alijó, Mirandela, Montalegre, Murça, Sabrosa e Valença. O objetivo é “assegurar a melhor gestão” dos recursos florestais, com “foco na prevenção dos incêndios”.

Floresta
Os cinco agrupamentos de baldios abrangem seis concelhos a Norte do país: Alijó, Mirandela, Montalegre, Murça, Sabrosa e Valença. A CAP diz que o objetivo é “assegurar uma melhor gestão”.

A Forestis - Associação Florestal de Portugal constituiu nos últimos anos nove agrupamentos de baldios (AdBaldios), seis na região Norte e três na região Centro. De acordo com a informação constante no seu website, a área total da AdBaldios Norte é de 36 879 hectares e o número de baldios dos AdBaldios Norte é 77.

Por sua vez, a área total AdBaldios Centro é de 16 072 hectares e o número de Baldios dos AdBaldios Centro é 34. No total, são 111 unidades de Baldio, que representam uma área de 52 950 hectares.

Em fevereiro de 2019, em Vila Pouca de Aguiar, celebrou-se o Contrato-Programa para a constituição da primeira geração dos Agrupamentos de Baldios (AdBaldios).

Envolveu o ICNF/Fundo Ambiental e a Forestis, após um intenso trabalho com a Federação Nacional dos Baldios (Baladi), a Secretaria de Estado das Florestas e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Foco na prevenção de incêndios

Agora é a CAP - Confederação dos Agricultores de Portugal e três entidades suas associadas a assinarem protocolos no mesmo sentido. São elas a Associação de Produtores Florestais do Vale do Minho (Valminho Florestal), a Associação Florestal do Vale do Douro Norte (Aflodounorte) e a Cooperativa Agrícola do Barroso (CoopBarroso).

No passado sábado, 5 de abril, teve lugar a cerimónia de constituição de cinco agrupamentos baldios, que vão abranger seis concelhos a Norte do país: Alijó, Mirandela, Montalegre, Murça, Sabrosa e Valença.

No total, os cinco agrupamentos abrangem 44 unidades locais de Baldio, numa área total de 13 mil hectares.

Floresta
O presidente da CAP alerta que “a floresta portuguesa vive, há muito, uma crise estrutural, de que os incêndios de grandes dimensões são a face mais visível”.

O objetivo, diz a CAP, é "assegurar a melhor gestão dos recursos florestais", “garantir ganhos de escala na utilização de recursos e promover uma gestão sustentável do território e da floresta”. Em paralelo, visam assegurar “uma maior e melhor coordenação de ações de prevenção estrutural contra incêndios”.

O presidente da CAP alerta que “a floresta portuguesa vive, há muito, uma crise estrutural, de que os incêndios de grandes dimensões são a face mais visível”. Álvaro Mendonça e Moura diz que este cenário “resulta, em grande parte, da estrutura fundiária de uma vastíssima parte das zonas florestais”, a qual, associada ao despovoamento do interior do país e à desvalorização económica dos produtos florestais, “deixa uma grande mancha de floresta ao abandono”.

A criação destes agrupamentos de baldios, que passam a ser geridos por “entidades profissionais e especializadas” que conhecem bem o terreno, é considerada “fundamental” para garantir uma gestão florestal.

Promover melhores práticas

Por um lado, deverá promover “as melhores práticas” e prevenir fogos florestais e, por outro, “promover a valorização da atividade florestal” e, com isso, “combater o despovoamento do interior”.

Pinheiro bravo
Depois da Forestis - Associação Florestal de Portugal ter constituído nos últimos anos nove agrupamentos de baldios (AdBaldios), é agora a CAP a avançar no mesmo sentido, no âmbito da segunda geração de contratos-programa apoiada pelo Fundo Ambiental.

Depois da Forestis - Associação Florestal de Portugal ter constituído nos últimos anos nove agrupamentos de baldios (AdBaldios), é agora a CAP a avançar no mesmo sentido, no âmbito da segunda geração de contratos-programa apoiada pelo Fundo Ambiental, da qual a Confederação é, aliás, uma das entidades promotoras.

A cerimónia protocolar contou com a intervenção do presidente da CAP e, no encerramento, com o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes.

Os dados do ICNF revelam que os baldios (terrenos possuídos e geridos pelas comunidades locais) representam cerca de 6% do território de Portugal continental, num total de 300 mil hectares.

Os terrenos baldios estão maioritariamente localizados nas regiões Norte e Centro (98%), sendo mais de 80% destas áreas ocupadas por floresta, matos e pastagens.