Cuidado, as temperaturas vão voltar a subir!
Nos próximos dias as temperaturas vão voltar a subir, com previsões entre os 30º C e os 35º C em Lisboa e no resto do país podem atingir valores ainda mais altos, segundo informa o Instituto Português do Mar da Atmosfera.
Uma nova vaga de calor vai voltar a Portugal Continental, sobretudo nos distritos do centro e interior sul.Os termómetros voltam a subir, segundo as previsões do IPMA (Instituto Português do Mar e Atmofera) e por isso regressam também os alertas da Autoridade Nacional de Proteção Civil, face ao risco elevado de incêndios, provocados pela nova onda de calor.
O calor extremo já se tinha feito sentir, no início de agosto, tendo atingido em alguns locais a temperatura mais elevada desde que há registos meteorológicos. Segundo a revista Nature Communications, na sua última edição, é publicado um artigo sobre a descoberta feita por dois cientistas de um novo sistema de previsões para a temperatura da superfície do oceano e da atmosfera e deixam desde já uma garantia: “os próximos quatro anos vão ser anormalmente quentes”, garantem.
Os dois cientistas Florian Sévellac e Sybren Drijfhout, da Universidade de Southampton no Reino Unido, decidiram dedicar-se à investigação de um novo sistema já batizado de Procast (PRObalistic ForeCast) que deverá permitir determinar a probabilidade do aumento da temperatura média global na atmosfera e no oceano, em termos de períodos interanuais. Ou seja, trata-se de determinar, não o valor esperado, mas o intervalo de valores esperado.
O que é o PRObalistic ForeCast?
Tratando-se de um método probabilístico por natureza, o sistema baseia-se num método muito comum na matemática aplicada, o operador de transferência- método de análise estatística que racionaliza o comportamento de um sistema. Ao longo do estudo os cientistas usarem sempre um computador portátil, tanto para testar o próprio sistema como para realizar previsões. O sistema foi aplicado com dados obtidos desde os primeiros registados até ao presente. Desta forma foi realizada uma retrospectiva sobre o passado e permite projeções futuras. Que previsões para o futuro?
Com base neste sistema os cientistas concluíram que os próximos anos -de 2018 a 2022- serão anormalmente quentes e ainda mais quentes do que o esperado aumento da temperatura em consequência do aquecimento global. Segundo o estudo, há uma probabilidade de 64% para a atmosfera e de 74% para o oceano, para que fiquem anormalmente quentes. O Procast, por enquanto não faz previsões regionais, embora seja uma das ambições dos dois cientistas que criaram este sistema. O estudo foi publicado este mês e chama a atenção para os “eventos quentes extremos” nas águas do oceano aumentando as probabilidades de “eventos quentes extremos” ao mesmo tempo que criam um terreno fértil para furacões e tufões, segundo o estudo.
A temperatura média da superfície da Terra sempre foi variável, vacilando aproximadamente a cada 100.000 anos entre as eras glaciais e os períodos mais quentes do que hoje. As variações tornaram-se ao longo de 11.000 anos quase imperceptíveis e isso permitiu a sobrevivência da espécie humana.