Coronavírus poderá ter sido transmitido a partir de cobras

O novo vírus oriundo de Wuhan, na China, que já fez 170 mortos, pode ter sido transportado por este réptil segundo uma análise genética. Mais detalhes aqui!

Vírus
A probabilidade de transmissão deste vírus nos países europeus é considerada baixa, desde que sejam cumpridas as medidas de prevenção.

No dia 22 de janeiro já tinham sido confirmados 555 casos com esta infeção, cujos sintomas passam por febre, dificuldade em respirar e pneumonia. Para conter o vírus, Wuhan foi colocado em quarentena.

Enquanto que 444 destes casos foram registados em Wuhan, foram confirmados outros nas regiões vizinhas, com 26 na província de Guangdong, 14 em Pequim e 9 em Xangai. A nível internacional, foram confirmados casos na Tailândia, Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos da América.

Estudo e análise do vírus

Há suspeitas de que a fonte deste vírus possa ser um mercado de alimentos em Wuhan, que foi visitado por vários dos primeiros infetados pelo mesmo. O mercado é conhecido por vender animais selvagens e de criação, incluindo marmotas, pássaros, coelhos, morcegos e cobras. Para descobrir se o vírus pode ter vindo de um desses animais, Wei Ji e colegas da Universidade de Pequim, na China, compararam o genoma de cinco amostras do novo vírus com 217 vírus semelhantes recolhidos de várias espécies.

Esta análise sugere que o novo vírus se parece com um encontrado nos morcegos, mas é mais parecido com o vírus observado nas cobras. "Os resultados derivados da nossa análise sugerem que a cobra é o hospedeiro mais provável", afirmaram os investigadores.

O novo vírus pode ter sido criado como resultado da combinação de vírus de morcegos e cobras, o que pode ocorrer quando dois tipos de animais são mantidos em locais fechados, como acontece nos mercados de alimentos” diz Peter Rabinowitz, da Universidade de Washington em Seattle.

“O vírus pode ter passado para as pessoas pelo ar”, diz Rabinowitz, "… se o vírus estiver nas secreções ou nas fezes das cobras, será possível inspirá-lo se houver cobras e pessoas suficientes", afirma.

Ainda no dia 22 de janeiro, a Organização Mundial de Saúde realizou um comité de emergência sobre o novo vírus. Após a reunião, o diretor geral Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que precisava de mais informações sobre o vírus e a sua propagação, antes que pudesse declarar o surto como uma emergência de saúde pública.

"A decisão de declarar, ou não, uma emergência de saúde pública é algo que levo muito a sério e que só estou preparado para fazer com a devida consideração de todas as evidências", disse Ghebreyesus.