Coreia do Norte reabre fronteiras a turistas estrangeiros
A partir de dezembro será possível visitar uma cidade do país que fechou fronteiras no início de 2020 para se proteger da pandemia de covid-19. Ainda assim, a agência KTG Tours acredita que “outros lugares também vão abrir”.
“Ótimas notícias! As fronteiras da RDPC (República Democrática Popular da Coreia) vão abrir finalmente! Acabámos de saber que os turistas podem deslocar-se a Samjiyon este inverno”. A nota foi partilhada pela agência KTG Tours na página de Facebook.
É verdade. Ao fim de quase cinco anos, a Coreia do Norte vai reabrir as fronteiras a turistas. O anúncio foi avançado, no dia 14 de agosto, por duas agências de viagens que operam no país.
"As datas exatas ainda não foram confirmadas. Até agora, apenas Samjiyon foi oficialmente confirmado, mas acreditamos que Pyongyang e outros locais também abrirão", acrescentou a agência KTG Tours, citada pela APF.
“Recebemos a confirmação do nosso parceiro local de que o turismo em Samjiyon e potencialmente no resto do país será oficialmente retomada em dezembro de 2024”, adiantou a Koryo Tours, empresa com sede em Pequim.
Uma reabertura há muito aguardada
“Ambas as operadoras foram obrigadas a encerrar as operações no início de 2020, quando o líder norte-coreano Kim Jong-un decretou o encerramento das fronteiras e cancelou os voos e transportes regulares com cidades chinesas e russas, impedindo também o regresso dos próprios cidadãos durante todo este tempo”, lê-se na revista ‘NiT’.
Os sinais de uma reabertura começaram, finalmente, a surgir no segundo semestre de 2023, com a retoma dos voos a permitir aos norte-coreanos retidos no estrangeiro regressarem finalmente a casa. Aliás, um grupo de cerca de 100 turistas russos foi à Coreia do Norte em fevereiro de 2024, numa altura em que os laços com Moscovo se estreitavam.
Kim Jong-un tinha já revelado que, nos últimos quatro anos, tem estado a trabalhar num projeto de renovação para transformar Samjiyon numa “cidade cultural de montanha e num modelo de uma cidade regional”, segundo a agência estatal KCNA.
O líder adiantou que, depois de ter investido enormes somas de dinheiro no desenvolvimento da região, incluindo novos apartamentos, hotéis e uma estância de esqui, o destino vai tornar-se “num complexo turístico de montanha de quatro estações para satisfazer as necessidades culturais e emocionais da população ao mais alto nível e revitalizar o turismo internacional”.
A Koryo Tours confirmou à BBC que os cidadãos de todos os países poderão passar pela fronteira, exceto os da Coreia do Sul. Ainda assim, a empresa alertou que “as coisas podem ser um pouco mais caóticas do que o normal” após um hiato de cerca de cinco anos.
“Antes da pandemia, o turismo internacional no país era limitado, com os operadores turísticos a dizerem que cerca de 5.000 ocidentais visitavam o país todos os anos”, informa a ‘SIC Notícias’.
Visitar a Coreia do Norte
A Coreia do Norte é um destino incomum e bastante restrito para turistas, e as visitas geralmente são organizadas por meio de pacotes turísticos altamente controlados, com guias oficiais que acompanham os visitantes em todos os momentos. Dito isso, há alguns locais que os turistas visitam frequentemente.
Pyongyang, a capital do país, é o principal destino turístico. Aqui poderá conhecer o Kumsusan Palace of the Sun, onde os corpos de Kim Il-sung e de Kim Jong-il se encontram embalsamados e em exposição.
No Monumento Mansudae poderá ver as estátuas colossais de Kim Il-sung e Kim Jong-il. Este é um local icónico para fotos.
A Torre Juche, um monumento dedicado à ideologia Juche, tem uma vista panorâmica da cidade. É também um spot a não perder. Mas, se o que quer é ver aquele que é um dos maiores arcos do triunfo do mundo, tem mesmo de conhecer o Arco do Triunfo, construído em comemoração à resistência coreana contra o Japão.