Impressionante coral com mais de 400 anos foi descoberto na Austrália

Um grupo de mergulhadores entusiastas descobriu este impressionante coral numa área remota da Grande Barreira de Coral da Austrália, uma das maiores e mais antigas faixas de corais do mundo. Apesar das alterações climáticas, este coral “está de boa saúde”. Conheça-o!

Coral; mergulhador; Austrália;
Descoberto em março deste ano por um grupo de mergulhadores, o coral Muga Dhambi já existe há mais de 400 anos.

Um grupo de mergulhadores descobriu um enorme coral de 10,4 metros de largura, entre 421 e 438 anos de idade, numa área remota da Grande Barreira de Coral da Austrália - o maior sistema de corais do mundo e um dos mais antigos (existe há quase 30 mil anos!).

O gigante coral semi-circular de porito, chamado Muga dhambi, tem 5,3 metros de altura e é considerado um dos mais antigos da Grande Barreira de Coral. Foi descoberto em março deste ano por um grupo de cientistas entusiastas que mergulhavam perto da Ilha Orpheus, ao largo da ponta nordeste da Austrália.

“A sua descoberta é significativa a nível local e global. (…) parte muito importante do ecossistema de recifes de coral (…) e lar de corais, esponjas e várias espécies de peixes na Grande Barreira de Coral”, disse Adam Smith, autor principal do estudo.

"A sua descoberta é significativa a nível local e global. É um coral gigante que é uma parte muito importante do ecossistema de recifes de coral em Goolboodi e lar de corais, esponjas e várias espécies de peixes na Grande Barreira de Coral", disse Adam Smith da Universidade James Cook (Queensland, Austrália), autor principal do estudo publicado na revista Scientific Reports.

Este é um coral resiliente e está em bom estado

Contudo, as dimensões que apresenta são inferiores às de um coral gigante inserido no território da Samoa americana, que possui 17 metros de largura por 12 metros de altura, sendo, por isso, o maior do mundo, de acordo com o relatório científico. Este coral em forma de cúpula está em bom estado, mas as alterações climáticas e a deterioração da qualidade da água, entre outras ameaças, estão a causar impacto na Grande Barreira de Coral.

Os cientistas indicam que Mugha dhambi, onde 70% da sua estrutura está viva, é resiliente porque sobreviveu a 80 ciclones de dimensões consideráveis, vários fenómenos de branqueamento de coral e exposição a espécies invasoras, entre outras agressões, que incluem a atividade humana.

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É, por isso, um excelente exemplo de longevidade e resistência ao passar dos anos e às ameaças ambientais externas. Como fez questão de observar Smith, o Muga dhambi "é um grande exemplo de um belo e resistente coral que sobreviveu e prosperou durante quatro séculos”.

A Grande Barreira de Coral foi quase declarada Património Mundial em perigo, mas o comité da UNESCO decidiu não a incluir, apesar de a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, siglas em inglês) ter alterado, em dezembro de 2020, o seu estatuto de "preocupação significativa" para "crítica", a pior classificação de conservação.

Grande Barreira de Coral e a importância ambiental para o mundo

A Grande Barreira de Coral é uma imensa faixa de corais que possui cerca de 2.900 recifes, é lar de 400 tipos de coral, contém 300 atóis de coral, 1500 espécies de peixes, 4000 variedades de moluscos, 600 ilhas continentais e, situa-se entre as praias do nordeste da Austrália e Papua-Nova Guiné.

Grande Barreira de Coral; Austrália
Esta é uma fotografia aérea da Grande Barreira de Coral, a maior estrutura do mundo feita unicamente por organismos vivos.

Tendo como referência todas estas características, é inegável o papel de enorme importância que desempenha para o ecossistema marinho, tanto a nível ambiental como ecológico e biológico, sendo dona de uma riqueza natural incomensurável. Possui 2200 quilómetros de comprimento, e uma largura que varia entre os 30 e os 740 km. Em 1981 foi declarada Património Mundial da Humanidade.

A partir de 1990, o seu mediatismo à escala global foi crescendo com a perceção do surgimento de problemas derivados das alterações climáticas. O maior recife de coral do mundo começou a deteriorar-se nessa altura devido ao impacto do aquecimento da água do mar, e ao aumento da acidez das águas oceânicas causado pelo aumento da presença de dióxido de carbono na atmosfera.