Consumo de bebidas alcoólicas: um problema cada vez mais grave

Um estudo desenvolvido nos últimos anos mostra que o consumo de bebidas alcoólicas está a ter impactes na evolução da mortalidade num país de referência para o desenvolvimento humano. Fique a saber mais, aqui!

Consumo de álcool.
Na época natalícia que se aproxima, o consumo excessivo de álcool é comum.

O consumo excessivo de bebidas alcoólicas, seja em Portugal, na Europa, ou no outro lado do Atlântico é visto, cada vez mais, como um problema real, com impactes cada vez mais significativos na saúde das populações. Ainda há bem pouco tempo, no nosso portal, desmistificámos o consumo “benéfico” de álcool, à refeição, por exemplo, mostrando os potenciais danos desse hábito, para a saúde.

(...) deu-se um aumento de mortos em todas as faixas etárias, sendo que o maior pico verificou-se nos adultos entre os 25 e 34 anos (...)

Nos Estados Unidos da América, um estudo publicado no American Journal of Medicine indica que em 20 anos, o número de mortes relacionadas com o consumo excessivo de álcool mais que duplicou. Utilizando os dados dos Centros de Prevenção e Controlo de Doenças, é possível compreender que entre 1999 e 2020, o número de mortes por doenças relacionadas com consumos abusivos passaram de 20 000 para mais de 50 000.

Dados sólidos

O estudo é perentório: deu-se um aumento de mortos em todas as faixas etárias, sendo que o maior pico verificou-se nos adultos entre os 25 e 34 anos, já que a taxa de mortalidade quadruplicou no período estudado. Apesar de as mulheres continuarem a apresentar um risco menor de morrer com uma doen��a relacionada com o álcool, nos 20 anos de dados é possível ver que a taxa de mortalidade neste género aumentou mais de duas vezes.

Em Portugal, os mais velhos consomem mais vinho e as franjas mais jovens da população consomem mais cerveja e bebidas espirituosas. Isto faz do nosso país um dos que tem os consumos de álcool per capita mais elevados do mundo.

A análise dos dados permite ainda clarificar que os consumidores de bebidas alcoólicas, mais regulares e em médias ou grandes quantidades, têm uma incidência maior de mortes prematuras ou de desenvolverem doenças que provocam incapacidade. A taxa de mortalidade por este tipo de doenças passou de 10,7 por cada 100 000 habitantes, em 1999, para 21,6 por cada 100 000 habitantes, em 2020.

Alimentação.
A conjugação entre consumo excessivo de bebidas alcoólicas e alimentação desregrada pode ter consequências na saúde da população, a curto, médio e longo prazo.

Este estudo, desenvolvido pela Faculdade de Medicina Charles E. Schmidt, da Universidade Atlântica da Florida, considerou apenas doenças relacionadas com o consumo de álcool, como são exemplo as doenças cardíacas, hepáticas, pancreáticas e intoxicações. É importante salientar que não contaram para este estudo as mortes em acidentes rodoviários, influenciados pelo consumo de bebidas alcoólicas.

Causas, fatores e distribuição geográfica

As principais causas apontadas pelos investigadores estão relacionadas com o aumento significativo do consumo de álcool no período da pandemia e no pós-pandemia, numa altura em que muitos americanos enfrentaram situações de ansiedade, isolamento social e de incerteza tanto económica como laboral.

Este flagelo afeta todos os estados norte americanos, bem como todos os grupos étnicos e raciais de uma sociedade americana cada vez mais fragmentada, mas o grande aumento verificou-se na comunidade de asiático-americanos, no arquipélago do Havai e no Centro-Oeste, onde a mortalidade aumentou 2,4 vezes e 2,5 vezes, respetivamente, em 20 anos.

Associada à questão do álcool surge outro tópico bastante relevante naquele país e em quase todos os países desenvolvidos: a obesidade. Seja um consumo moderado, excessivo ou compulsivo (3 categorias abordadas), para o género masculino ou feminino, este tudo comprova tendências perturbadoras no consumo de álcool, na sociedade americana.

Consumo.
Apostar na consciencialização para hábitos saudáveis, na prevenção será muito importante para diminuir a taxa de mortalidade nas próximas gerações.

Há cada vez mais jovens com peso a mais e o mesmo acontece com os adultos, o que conjugado com um estilo de vida pouco saudável, onde se inclui o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas, contribui para acelerar a progressão das doenças acima indicadas. Urge combater este problema, sempre com a ajuda de profissionais de saúde qualificados!