Conseguiremos viver sem o plástico?
Os plásticos são materiais orgânicos da família dos polímeros, de constituição macromolecular, dotados de grande maleabilidade, são facilmente transformáveis sob acção de calor e pressão, sendo utilizados como matéria-prima para a fabricação dos mais variados objetos.
Inventado em finais do século XIX para substituir a utilização do marfim dos elefantes na fabricação de alguns artigos. Foi inicialmente proveniente da celulose, mas passou a ser desenvolvido a partir do petróleo, para diminuir o seu custo, assim como para garantir mais qualidade e maior durabilidade.Alavancou a indústria de embalagens, sendo apontada uma estimativa de produção superior a 30 biliões de toneladas até atingirmos metade do presente século, se hábitos não forem alterados, e a consciencialização dos seus efeitos adversos não surtir efeito efectivo.
Variáveis como a acção do sol, a energia/o movimento das ondas, assim como a acção de microrganismos, dificultam a fragmentação do plástico, mas, uma vez particulados (micro-plásticos) entram nas cadeias alimentares, destacando-se os efeitos na fauna marinha (alimentamo-nos do peixe que se alimenta do plástico), existindo já vestígios no sal marinho.
Algumas curiosidades que nos devem levar a refletir
- Anualmente chegam aos oceanos cerca de 11 milhões de toneladas de plástico;
- mais de 40% de todo o plástico produzido até hoje nunca chegou a ser consumido;
- de todo o plástico produzido mundialmente, menos de 10% é reciclado;
- os derivados do plástico em maior abundância nos oceanos são as palhinhas, os sacos plásticos, tampas de garrafas e redes de pesca;
- a cada lavagem de roupa, milhares de partículas de plástico são libertadas e desaguam nos oceanos;
- cerca de 40% das embalagens (ainda) são queimadas nas lixeiras, e a sua incineração origina a emissão de gases ácidos poluentes (polímeros HCl, HF)
- por minuto são produzidas em média cerca de um milhão de garrafas plásticas;
- na Europa, cerca de 15% da reciclagem de plásticos é utilizada como combustível na produção de energia eléctrica, e, por ano, são recicladas 4 milhões de toneladas de matérias plásticas, a exemplo:
- 5 garrafas de PET = T-shirt XL (poliéster)
- 35 garrafas = enchimento de 1 saco-cama
- 10 garrafas de agua = 1 par de calças.
Deve contudo ser ressalvado o incontornável reconhecimento do quão determinante foi o papel dos plásticos na evolução das condições de vida da humanidade, destacando-se, o contributo:
- Na evolução da medicina;
- no desenvolvimento de processos de protecção, armazenamento e utilização dos alimentos;
- na protecção e segurança de crianças, bombeiros, policias e atletas;
- é um excelente isolante térmico e, por isso, temos frigoríficos! (…)
A destruição dos plásticos é crescentemente um gravíssimo problema social e ambiental, dada a sua difícil degradação. É, por isso, no mínimo intrigante, não ter ainda sido difundido e implementado o método que potencia a aceleração desse mesmo processo, através da acção combinada de moléculas biológicas (enzimas) que decompõem o plástico numa escala evolutiva que se cinge a poucas décadas, em vez de se aumentar a densidade do plástico das “sacolas” e com isso dificultar ainda mais a rápida decomposição!
Tratando-se de uma matéria flexível, resistente e com um custo bastante compensador em relação aos restantes materiais, cabe à comunidade científica diligenciar na descoberta de técnicas que o tornem mais fácil e rapidamente (bio)degradável e menos nocivo, ao meio ambiente e ao homem por inerência!