Conhece a vila portuguesa que parece “ter saído de um conto de fadas”?
Entre vilarejos alpinos e uma "ilha grega maravilhosa" mencionados num artigo internacional, surge um nome bem conhecido para os portugueses. Já visitou este lugar pitoresco que mantém o "charme do velho mundo"? Damos-lhe uma pista: fica no Oeste de Portugal.
Não é só Vila Nova de Cerveira que dá cartas na imprensa internacional. Depois de a vila que fica a 50 minutos de Vigo ter sido descrita como uma “joia medieval” e uma das vilas “mais maravilhosas de Portugal”, foi a vez de Óbidos ser tema mundial.
É verdade. O nosso país continua nas bocas do mundo. Agora por manter viva “os restos de uma vila medieval”, que impressiona “os visitantes que passam pelas formidáveis fortificações".
“As vilas mais bonitas da Europa raramente permanecem escondidas por muito tempo. A noção de pequenas cidades e aldeias imersas no charme do velho mundo inspirou séculos de viajantes a espalharem-se pelo continente em busca desses destinos perfeitos de cartão-postal”, lê-se na revista de viagens norte-americana ‘Travel+Leisure’.
Parece que é mesmo nesta descrição que se insere o nome português. Entre vilas idílicas com uma localização cénica — como “os fiordes noruegueses ou as ilhas gregas banhadas pelo sol” — ou outras com características distintas — como “as fachadas altas em tons pastel que revestem a praça principal em Telč, Chéquia — Óbidos chamou a atenção pelas suas muralhas e casas caiadas.
Um local que “vale a pena conhecer”
“Dentro das muralhas ameadas de Óbidos, no topo de uma colina perto da costa oeste de Portugal, os restos de uma vila medieval continuam vivos. Desde que encantou a realeza no século XIII (a cidade foi um presente para a rainha Isabel do seu marido, o rei Dinis), Óbidos continua a impressionar os visitantes que passam pelas suas formidáveis fortificações”, defende o autor do artigo intitulado ‘22 Postcard-perfect European Villages Straight Out a Fairy Tale’.
Mas os argumentos que fizeram com que esta vila ficasse em 13.º lugar numa lista de ‘22 vilas europeias perfeitas para cartões-postais que parecem ter saído de um conto de fadas’ não ficam por aqui.
“Dentro das muralhas há um labirinto de calçadas de paralelepípedos, casas caiadas cobertas com buganvílias vívidas e muitos bares prontos para servir doses de ginjinha, um licor local feito com cerejas ácidas”, continua.
“Muitos viajantes podem fazer com que uma vila antes tranquila pareça desconfortavelmente lotada. Considere as cinco vilas de pescadores de Cinque Terre, onde um passeio noturno no verão é mais como andar por um parque de diversões lotado, completo com restaurantes caros e lojas de souvenirs. Mas, a apenas uma hora de carro da costa, descendo das multidões de Cinque Terre, fica Tellaro, outra vila litorânea deslumbrante que é menos acessível e, portanto, felizmente intocada”, justifica.
A persistência na descoberta de rumos menos conhecido compensará. Assim o garante o mesmo artigo. “Chegar a algumas dessas belezas europeias exige um esforço extra, mas poder aproveitar um lugar maravilhoso no seu próprio ritmo — em vez de lutar por espaço — vale a pena.” E nós não temos dúvidas de que assim seja. Óbidos é a prova.
Visitar Óbidos
Visitar Óbidos é como fazer uma viagem ao tempo. Esta é uma daquelas vilas que preserva autenticidade e que nos leva a descobrir histórias.
“Era uma vez, há muitos, muitos anos atrás, uma Vila das Rainhas. Foi em 1210 que começou a ser romanticamente recebida como dote por muitas rainhas de Portugal: D. Urraca de Castela, Rainha Santa Isabel, D. Filipa de Lencastre, D. Leonor de Avis… e para sempre se tornou Óbidos das Rainhas, Óbidos das donzelas, Óbidos das mulheres, pois foram elas que a tornaram única, misteriosa e deslumbrante”, lê-se no site do Turismo do Centro de Portugal.
A magia começa mesmo antes de entrar na vila. Ao aproximar-nos dela, aliás, a sua imponência começa logo a deslumbrar-nos. O seu cerco amuralhado, tão bem preservado, no alto da colina, transporta-nos imediatamente para contos de reis e rainhas.
Os edifícios que vai encontrar preservam a identidade de Óbidos, considerada uma das vilas medievais melhor conservadas do Mundo.
Sabia que as diferentes cores das casas na Vila de Óbidos têm uma razão de ser? A cor amarela significava que eram os agricultores lá viviam, o azul era para os pescadores, o vermelho para a burguesia e a cor cinza para os edifícios religiosos.
Aproveite o dia de passeio e almoce na vila. Há muitos cafés e restaurantes, além de várias casas familiares que servem a caldeirada com o peixe que chega da Lagoa de Óbidos, ali ao lado. Outras oferecem opções mais regionais como cabrito no forno e coelho guisado. Se preferir, há sempre um belo prato de marisco. E para acompanhar? Não faltará um excelente vinho de uma das maiores regiões vitivinícolas do país (Região de Vinhos de Lisboa).
O melhor é que esta vila tem vida durante todo o ano. Se não é pela Vila Natal, ou pelo Festival Internacional do Chocolate, é pelo Mercado Medieval, ou pela Vila Gaming.
Até 15 de setembro, por exemplo, poderá aproveitar o Festival de Ópera, que regressa depois de uma edição “com plateias esgotadas e uma qualidade artística indiscutível”.
“A grande produção da edição de 2024 é A Filha do Regimento, de G. Donizetti, que se faz acompanhar da ópera-tango María de Buenos Aires, de A. Piazzolla, de O Último Canto – Camões e o Destino, de C. Viana e de uma Gala de Ópera dedicada a G. Puccini. Continua a ser explorada a temática do feminino sob o espetro ‘A Tragédia e a Comédia’, trazendo até ao público obras emblemáticas, que prometem uma viagem emocional repleta de nuances e contrastes”, lê-se no site da Câmara Municipal.
Mais tarde, de 10 a 20 de outubro, realizar-se-á a edição 2024 do Folio — Festival Literário Internacional de Óbidos. Esta terá o tema “Inquietação” e será “muito especial”, já que assinala “os 50 anos do 25 de Abril e os 500 de Luis de Camões”, garante o presidente da câmara local, Filipe Daniel.