Conheça a história da rajada de vento mais forte do mundo!
Cumprem-se hoje 25 anos de um dos mais monstruosos ciclones tropicais a surgir no Oceano Índico, perto da Austrália. Referimo-nos ao ciclone Olivia, o responsável pela rajada de vento mais forte da história da meteorologia!
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Cumprem-se hoje 25 anos desde que este evento meteorológico severo assumiu proporções sem precedentes. O que inicialmente era uma depressão, evoluiu de forma rápida para uma tempestade tropical, convertendo-se posteriormente num devastador ciclone tropical, o Olivia. Em poucos dias, este fenómeno meteorológico, cuja designação varia conforme a área do globo em que tem lugar (tufão, furacão ou ciclone tropical), provocou danos significativos, especialmente a nível material, o que naturalmente deu lugar a prejuízo financeiro.
A efeméride meteorológica que hoje aqui recordamos teve lugar a 10 de abril de 1996, no hemisfério Sul em Barrow Island, a noroeste da costa de Pilbara, muito próximo à Austrália. Alguns dias haviam passado desde a formação do Olivia em águas índicas, até que, com o decorrer do tempo, o referido ciclone tropical intensificou-se de tal forma que deu origem aquela que se acredita ter sido a mais forte rajada de vento jamais registada no nosso planeta.
O que origina a formação de ciclones tropicais como o Olivia?
Os ciclones são fenómenos meteorológicos muito destrutivos, que todos os anos retiram milhares de vidas. São formados em áreas de baixas pressões abaixo de 950 mbar. Contêm enorme desenvolvimento vertical e geram fluxos descendentes de vento com velocidades médias superiores a 120 km/h. De forma frequente, alcançam velocidade constante de 250 km/h, apresentando rajadas que podem atingir os 360 km/h.
Conforme estes devastadores sistemas naturais arrasam tudo por onde passam, desde árvores arrancadas do solo, destruição de infraestruturas até à lamentável perda de vida de várias pessoas, amplas áreas ficam inundadas pelas chuvas torrenciais, que podem atingir em cheio áreas costeiras por causa da perigosa ondulação que se lhes associa.
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Por norma, os ciclones tropicais começam como pequenas nuvens de trovoada em mares tropicais e quentes. Com a água suficientemente quente (temperaturas acima dos 24 ºC), muitas tempestades podem formar-se, agregar-se e girar como uma só, alimentadas pelo vento forte em altitude. Mais tarde, derivam para oeste, sobre o mar, sugando ar quente e húmido e fazendo redemoinhos em círculos cada vez mais apertados. Apresentam diâmetros entre 600 e 800 km e alturas de cerca de 12 km.
Quando atingem terra firme (landfall), os ciclones perdem imensa força devido à redução da entrada de humidade e à fricção entre a depressão e a superfície terrestre. A precipitação diária acumulada pode chegar a ser superior a 800 mm. Os ciclones têm o potencial de atingir áreas com 100 km de diâmetro em redor do ‘olho’ do ciclone – círculo de baixa pressão do centro do turbilhão.
A subdivisão dos ciclones é feita através de diferentes graus de intensidade e uma das escalas mais utilizadas para avaliar e classificar estes poderosos fenómenos naturais é a de Saffir-Simpson, que se estende desde F0 (Fraco), a F1 (moderado), F2 (Significativo), F3 (Severo), F4 (Devastador), F5 (Incrível), F6 (Inconcebível).
April 10, 1996: The world's strongest non-tornadic surface wind speed of 253 mph was measured on Barrow Island off the NW coast of Australia during Severe Tropical Cyclone Olivia. #wxhistoryhttps://t.co/CnzUVJUJG2 pic.twitter.com/C5wc2dtsEk
— WX History (@weather_history) April 10, 2020
O que ocorreu em Barrow Island?
A rajada de vento mais forte da história da Meteorologia foi a que atingiu Barrow Island, onde alcançou um impressionante valor de 408 km/h! Porém, na Austrália, não houve registo de mortes. A ocorrência com mais destaque foi registada na cidade de Pannawonica, onde um indivíduo, atingido por um pedraço de vidro voador, ficou com ferimentos que o obrigaram a ser transportado de avião para receber assistência médica. Saliente-se também outras nove pessoas que registaram ferimentos ligeiros.
O Olivia foi a tempestade mais forte da temporada 1995/1996 na plataforma noroeste da Austrália. Os danos causados foram surpreendentes. Devido à colossal força do vento, infraestruturas de petróleo e gás da região ficaram seriamente danificadas, e, inclusive, uma torre elétrica foi completamente destruída. A severidade deste ciclone tropical foi acentuada por uma pressão central baixíssima (925 hPa), uma velocidade de até 113 m/s e a sua forma elíptica, que contribuiu para uma dispersão alongada.
O recorde mundial anterior pertencia ao Monte Washington, New Hampshire (EUA), onde havia sido registada uma rajada máxima de vento de 371 km/h a 12 de abril de 1934, a 1916 metros de altitude.