Confirmaram-se as expectativas: NOAA diz que 2024 foi o ano mais quente do Globo desde que existem registos
A NOAA divulgou a análise da temperatura global referente ao ano 2024 e confirmou as previsões. 2024 foi mais um ano a bater recorde de temperatura média global, desde que se iniciaram os registos, há 175 anos.
Os Centros Nacionais de Informação Ambiental (NCEI-National Centers for Environmental Information) da NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) dos EUA calculam mensal e anualmente a anomalia da temperatura média global, tanto da superfície da terra como da superfície dos oceanos.
Ano de 2024 bateu o recorde da temperatura média do globo registada
Segundo os cientistas dos Centros Nacionais de Informação Ambiental da NOAA, a temperatura média global da superfície terrestre e oceânica em 2024 foi 1,29 °C acima da média do século XX, que é de 13,9 °C.
O ano de 2005, que foi o primeiro ano a estabelecer um novo recorde de temperatura global no século XXI, é agora o 13º ano mais quente de que há registo. O ano de 2010, que na altura tinha ultrapassado 2005, é agora o 12º ano mais quente de que há registo.
A anomalia registada este ano é superior em 0,10 °C à anomalia registada o ano passado.
O ano 2024 foi caracterizado por temperaturas altas recordes e quase recordes em grande parte do globo. As temperaturas anuais recorde abrangeram grande parte da metade norte da América do Sul, estendendo-se pela América Central e México até ao centro-sul dos EUA, grandes partes do centro e norte de África, Europa Central e Oriental, sul da Ásia e grandes áreas do Ártico ocidental, sudeste do Canadá e nordeste dos EUA.
Houve poucas zonas terrestres com temperaturas próximas da média ou abaixo da média, mas ainda se verificaram em regiões da Antártida oriental, na ponta sul da América do Sul, na metade sul da Gronelândia e em pequenas zonas do Extremo Oriente russo.
As temperaturas à superfície do mar para 2024 foram recorde em grande parte do Oceano Atlântico central e setentrional, na maior parte da metade norte do Oceano Índico e em zonas do Oceano Pacífico ocidental e do Oceano Antártico.
As temperaturas à superfície do mar foram próximas ou inferiores à média em zonas do Atlântico Norte ocidental, no Atlântico sudoeste, no Pacífico sudeste, no Oceano Índico sudoeste e em regiões do Oceano Antártico.
Precipitação anual a nível global – seca, inundações e ciclones tropicais
Em 2024, a precipitação anual abaixo da média ocorreu em grande parte do Canadá, estendendo-se a regiões do oeste dos EUA e do México.
As condições mais extensas e severamente mais secas do que a média, ocorreram em grande parte da América do Sul, principalmente em grandes partes do Brasil e nos países vizinhos Bolívia e Peru, onde em muitos locais ocorreu o ano mais seco ou quase mais seco de que há registo.
Outras zonas mais secas do que a média foram o sul e o sudoeste de África, onde se registou uma seca recorde ou quase recorde em grande parte do Zimbabué e da Zâmbia, bem como em partes dos Camarões, da República do Congo e do Gabão.
Regiões do leste da Ucrânia e da vizinha Rússia também registaram em 2024 um nível de seca superior à média.
Em contrapartida, registou-se uma precipitação anormalmente elevada em grande parte do Sahel africano, onde se generalizaram condições de precipitação recorde e quase recorde. A Ásia Central, incluindo grande parte do Cazaquistão e da Rússia central, registou condições de precipitação muito acima da média ou recorde, bem como a Mongólia oriental e o nordeste da China. Algumas destas zonas foram afetadas por períodos de chuva intensa e inundações.
É de referir o Sul e o sudeste dos EUA, que foram gravemente afetados pelos furacões Beryl, Debby, Francine, Helene e Milton. Outras áreas amplamente afetadas por ciclones tropicais foram a Tanzânia, o Quénia, o Bangladesh, a Índia, o Vietname, as Filipinas, o Japão, o leste da China, a Indonésia, a Malásia e partes do norte da Austrália.
Em relação às extensões de gelo, em 2024, tanto no Ártico como na Antártida, o Relatório da NOAA aponta para uma extensão mínima de gelo no Ártico como a 7ª menor extensão registada, mas, por outro lado, o Ártico teve o seu 2º ano mais quente registado.
Na Antártida, a extensão máxima de gelo que ocorreu em 2024 foi a 2ª menor registada, enquanto a extensão mínima, a par da registada em 2022, foi a 2ª menor.