Concurso Queijos de Portugal avalia 200 exemplares de 24 categorias e anuncia os prémios na próxima semana
A Associação Nacional dos Industriais de Laticínios (ANIL) realiza a 25 de outubro, no World of Wine (WOW), em Vila Nova de Gaia, a cerimónia de entrega dos prémios do Concurso Queijos de Portugal. Estão em competição 200 queijos, oriundos de todo o território nacional.
O ano 2024 marca a passagem da 15ª edição do Concurso Queijos de Portugal, organizado pela Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios (ANIL). É um evento de destaque no panorama da indústria de laticínios, a principal competição do setor, cujo principal objetivo é “impulsionar a produção nacional e dar visibilidade aos melhores queijos produzidos em Portugal”. Serve igualmente de “plataforma para promover, tanto a qualidade, como a diversidade, dos queijos nacionais", refere a ANIL.
Serão avaliados cerca de 200 queijos de todo o território nacional
O júri, “composto por especialistas de renome”, reuniu durante dois dias (10 e 11 de outubro) na cidade de Tondela para provar e avaliar os cerca de 200 queijos a concurso, provenientes de queijarias de todo o território nacional, ilhas incluídas, e está agora a ultimar os últimos detalhes para a cerimónia dos prémios. O evento terá lugar no dia 25 de outubro, no World of Wine (WOW), em V. N. de Gaia.
“A diversidade de queijos apresentados preencherá as 24 categorias distintas, que vão do queijo fresco ao queijo curado, do requeijão aos queijos com culturas de superfície, entre outras”. A ANIL garante que o júri procedeu a “uma avaliação rigorosa”, como forma de reforçar “a credibilidade e a importância” do concurso.
O Concurso Queijos de Portugal “não só exalta os melhores produtos, mas também reforça a competitividade dos queijos portugueses em mercados internacionais”. E, com isso, “contribui para o reconhecimento global da produção nacional”, também reforçando “o papel fundamental deste produto na cultura e economia do país.
“O queijo está cada vez mais integrado nos hábitos alimentares dos portugueses. É reconhecido como um alimento nutritivo, é uma excelente fonte de proteína e um alimento muito versátil, indispensável como snack, como ingrediente ou à mesa. E faz, definitivamente, parte da alimentação dos portugueses”, sublinha a diretora-geral da ANIL, entidade que reúne 41 empresas associadas e sete aderentes, representando cerca de 90% do volume de negócios do setor.
A produção nacional de queijo representa quase 40% do volume de negócios da indústria de lacticínios
Maria Cândida Marramaque nota ainda que “a fileira do queijo tem evoluído de forma consistente, com uma aposta clara em produtos diferenciados e inovadores, oferecendo uma variedade de sabores e texturas que vão ao encontro das preferências e gostos dos consumidores”.
A indústria queijeira, enquanto “promotora da tradição e fundamental para o património gastronómico português”, é também “parte da identidade cultural de diferentes regiões” refere a ANIL. E o clima, a geografia e a disponibilidade de diferentes tipos de leite (vaca, ovelha e cabra) desempenham “um papel importante no desenvolvimento do fabrico ao longo dos tempos”.
Os dados estatísticos do INE referentes a 2022, em relação ao setor dos queijos, (os últimos disponíveis) referem que a produção total a nível nacional cresceu 1% naquele ano, tendo atingido as 90 mil toneladas. Indicam ainda que o valor do setor representa 37% do volume de negócios da indústria de laticínios.
Se olharmos para os dados relativos ao consumo, podemos constatar que, em 2022, o valor per capita de queijo, atingiu os 14,5 kg/ano. O consumo deste alimento está muito enraizado nos hábitos alimentares dos portugueses, sendo um alimento presente em praticamente todos os lares.
A 20 de janeiro deste ano, em que se assinalou o dia mundial do Queijo, a ANIL alertou para “algumas situações muito penalizadoras e que colocam em risco o setor”. Desde logo, “o crescente valor de importações de queijo de baixo valor acrescentado provenientes de países do Norte da Europa, bem como de análogos de queijo (produto que integra na sua composição gordura vegetal)”.
Numa outra dimensão, a ANIL fala da “necessidade de delinear uma estratégia que permita recuperar a produção de leite de pequenos ruminantes (ovelha e cabra)”, que é “importante para uma grande parte dos queijos de produção nacional”
“Portugal tem um vasto património de queijos DOP e IGP, que refletem um saber fazer de gerações, aliados, entre outros aspetos, ao território e à preservação de raças autóctones”, refere a ANIL, salientando ainda “um sem número de referências de diferentes queijos tradicionais e regionais, às quais se juntam o queijo flamengo – o mais consumido em termos nacionais”.
Em agosto último, a plataforma TasteAtlas atualizou a lista dos melhores queijos do mundo e Portugal continua representado com três queijos e, até, com uma sugestão no top 10. O primeiro queijo nacional é o queijo Serra da Estrela, em 6º lugar. Segue-se o queijo de Azeitão, na 23ª posição, e o queijo de Serpa, em 66º lugar.