Como pode a primavera afetar a nossa performance desportiva?
Chegou a primavera, a estação do ano ideal para todos aqueles que gostam de praticar desporto, principalmente ao ar livre. Contudo, existem aspetos que deve ter em conta para não prejudicar o seu desempenho físico. Descubra aqui!
A chegada da primavera traz consigo os dias mais longos, as temperaturas mais amenas e a diminuição dos dias de chuva, uma excelente combinação para quem privilegia o contacto com a natureza, através da prática de desporto ao ar livre.
Esta estação do ano simboliza a renovação e o rejuvenescimento para a Natureza, mas afeta também, de forma positiva, a nossa saúde mental e física.
Porém, não traz apenas aspetos positivos. Os níveis de pólen que se concentram no ar, nesta altura do ano, podem afetar de forma negativa o desempenho e rendimento desportivo para quem pratica atividades ao ar livre, causando problemas respiratórios, como é o caso da rinite alérgica e a asma.
O pólen em Portugal
O pólen, produzido nas anteras de uma flor, é constituído por pequenos grãos que contém o gâmeta masculino das plantas. Quando este consegue alcançar as estruturas femininas há a reprodução, ou seja, a polinização.
Este processo acontece, na maioria das vezes, através do vento, da água ou com a ajuda dos agentes polinizadores, como as abelhas. Quando o pólen se encontra na atmosfera, entra em contacto com o nosso sistema respiratório, podendo desencadear desta forma as reações alérgicas.
De acordo com o Boletim Polínico da Rede Portuguesa de Aerobiologia, em Portugal, o pólen das gramíneas, das parietárias e o da oliveira, são os que mais causam alergias, sendo precisamente na primavera que estas plantas libertam para a atmosfera grandes quantidades de pólen.
Os pólenes variam consoante os meses, as estações do ano, variam de espécie para espécie e de região para região, segundo Pedro Carreiro Martins, médico imunoalergologista, numa entrevista à CNN.
Os níveis polínicos elevados estão associados aos dias mais quentes e secos, uma vez que a chuva e a humidade fazem com que o pólen volte a assentar e as alergias não se manifestam.
No entanto, uma vez que em Portugal tivemos um inverno com bastante precipitação, o que facilita o crescimento e posterior germinação das plantas, estas encontram-se mais vivazes e irão polinizar de forma mais intensa, o que será prejudicial para quem sofre de alergias, alerta o médico.
Deve assim ficar atento aos “atchins” primaveris ou caso comece a sentir obstrução nasal, espirros, secreções aquosas, crises de falta de ar, tosse, “pieira” no peito, e/ou lacrimejo nos olhos, pois são os sintomas relacionados com as alergias respiratórias, associadas grande parte das vezes aos elevados níveis de pólen no ar.
Previna-se!
De forma a ter uma vida saudável, deve respeitar e seguir algumas orientações básicas para que a elevada concentração de pólen não se manifeste na sua saúde com gravidade.
Pode encontrar, no mapa de pólenes da Meteored Portugal (clicar no ícone que diz "Pólen"), o grau de concentração de pólen no ar quando for praticar exercício ao ar livre.
Se já manifestou sintomas de alergias respiratórias use óculos escuros na rua, escolha passar os seus tempos livres perto do mar, ou na praia, em detrimento das áreas urbanizadas.
Quando viajar de carro feche as janelas e utilize sempre capacete com viseira no uso de mota. Em casa, mantenha as janelas fechadas, evite ter flores e aspire o pó com frequência.
Uma solução para combater ou até mesmo amenizar este problema é a ingestão de alimentos ricos em vitamina C e ácido fólico. Pode encontrá-los nas leguminosas e nos produtos hortícolas, como por exemplo: os brócolos, agrião e os espinafres.