Com o El Niño iminente, a ONU começa a preparar ações de mitigação para seca e cheias
A chegada iminente do El Niño poderá intensificar a seca já instalada em diversas partes do mundo e, assim, contribuir ainda mais para a insegurança alimentar desses locais. Saiba mais aqui!
Os efeitos resultantes do El Niño apontam para a falta de chuva no sul da África, América Central e Extremo Oriente Asiático, resultando numa crescente insegurança alimentar. Desta forma, a Food and Agriculture Organization (FAO), das Nações Unidas, prepara um plano para reduzir estes efeitos.
Análise de risco e consequências deste fenómeno
Com o número recorde e crescente de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda, a FAO identificou as partes do mundo mais vulneráveis ao El Niño e as medidas que podem ser tomadas para mitigar os riscos.
Após três anos de presença prolongada, La Niña deixou o cenário atmosférico global, dando lugar a uma transição para o El Niño, um evento climático que normalmente distribui padrões climáticos na direção oposta.
Isto é, se com La Niña as temperaturas da superfície do oceano diminuem, com o El Niño estas aumentam, resultando numa série de alterações a nível atmosférico e, consequentemente, meteorológico e climático.
Embora possa ser um alívio para algumas regiões afetadas pela seca, como o Chifre da África, este fenómeno pode resultar em problemas para outras partes da África, América Central e Extremo Oriente Asiático.
Algumas áreas do norte da América do Sul também estão a ser ameaçadas por uma seca potencial, enquanto na Austrália as chuvas têm tendência a diminuir, com a chegada do El Niño.
Embora a precipitação seja um alívio para os agricultores na Argentina e no Oriente, o El Niño pode causar graves inundações, o que pode acabar por prejudicar a agricultura, de igual forma, e contribuir para o aumento do risco de doenças.
Este é um risco particular que a FAO examinou em relação à África Oriental, onde os défices de chuva causados durante quatro anos poderão levar muito tempo a recuperar, mesmo que esta volte.
Mitigação pela FAO
Tendo em conta que as previsões mais recentes aumentaram a probabilidade de um evento El Niño já a partir de junho, a FAO começou a implementar os primeiros preparativos para apoiar os países afetados.
Segundo o agrometeorologista da FAO, Oscar Rojas, as previsões são claras, mas são feitas com menor confiança, devido à baixa potência do fenómeno, durante o período entre maio e julho.
O El Niño tem uma grande influência sobre as temperaturas e chuvas em muitas partes do mundo, causando eventos climáticos extremos, incluindo secas, inundações e tempestades.