Com chuva cá, sol lá fora: os portugueses voltam a fazer as malas na Páscoa

Se o tempo da Páscoa em Portugal não ajuda — com constantes períodos de instabilidade, precipitação e trovoada — muitos portugueses não perderam tempo e trocaram a variabilidade de estados do tempo por destinos mais soalheiros (ou simplesmente mais aventureiros). Afinal, a Páscoa continua a ser uma das épocas preferidas para fazer as malas e apanhar um avião.

Este ano, mais do que nunca, essa vontade de escapar ganhou força. Entre pontes bem alinhadas, feriados tentadores e uma crescente paixão por conhecer novos cantos do mundo, os portugueses estão a voltar a viajar — e com um gosto cada vez mais eclético.

Das praias de Cabo Verde às paisagens do Japão, passando pelas cores de Marraquexe ou pelo encanto clássico de Paris, os destinos são muitos e variados. E uma coisa é certa: o espírito viajante está bem vivo.

Os portugueses e a Páscoa: malas feitas e destinos cada vez mais inesperados

Há tradições que nunca passam de moda — e viajar na Páscoa parece ser uma delas. Mas, este ano, os portugueses elevaram a fasquia: estão a voar mais, para sítios cada vez mais variados e com uma antecipação digna de manual de bons viajantes.

Se antes bastava um feriado para planear uma escapadinha a correr, agora há toda uma estratégia envolvida. As reservas começaram cedo, os destinos são mais ousados e, sim, o investimento é maior. Mas há uma razão simples por trás disto tudo: o bichinho das viagens está mais vivo do que nunca.

A tendência é clara — mais viagens, mais cedo e para mais longe. Já não se trata apenas de ir “ali ao lado”. Este ano, destinos como Cabo Verde, Senegal, Egipto, São Tomé, Maldivas ou Seicheles estão no topo das preferências. Há também um interesse renovado por clássicos como Paris ou o Brasil, este último a recuperar com força depois de tempos mais calmos.

Viajar, viajar, viajar

Segundo os operadores turísticos, como a Solférias e a Lusanova, as vendas para esta época dispararam, com aumentos que chegam aos 25% em comparação com o ano passado.

"Podemos dizer que, à data de hoje, este ano está a ser o melhor de sempre, se pensarmos em reservas efetuadas. Há um movimento muito significativo de antecipação de reservas, provocando crescimentos muito significativos, que necessariamente abrandarão ao longo do ano", começa por notar o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens (APAVT) à Lusa, citado pela ‘CNN’.

E porque é que isto está a acontecer agora? Em parte, porque a Páscoa calhou bem. O calendário deu uma ajudinha, com feriados alinhados e pontes tentadoras, como o 25 de Abril. Muitos aproveitaram para esticar os dias de folga e transformar uma simples pausa numas férias a sério.

Mas não pense que esta onda de viagens é só para quem tem carteiras generosas. Apesar de os preços terem subido — um reflexo da inflação e do aumento da procura —, ainda há opções para vários bolsos. E quem se antecipou, poupou.

Nuno Mateus, presidente executivo (CEO) da Solférias, lembra que reservar com "muita antecedência é sinónimo de pagar muito menos", até porque "as tarifas cada vez estão mais dinâmicas" e que "o que está realmente a fazer diferença é a reserva antecipada".

Outra mudança interessante: os planos de última hora estão a perder terreno. A tendência agora é jogar pelo seguro, organizar tudo com meses de antecedência e garantir o melhor negócio possível.

Entre as novidades mais procuradas, surgem também destinos menos óbvios como a Islândia, os Países Bálticos ou o Japão. Lugares que, há uns anos, estavam longe do radar da maioria, hoje são opções apetecíveis para quem quer algo fora da caixa.

Resumindo: os portugueses voltaram em força ao mundo das viagens, e com uma curiosidade mais apurada do que nunca. Já não se trata só de ir — trata-se de descobrir, explorar, colecionar experiências e, claro, partilhar tudo nas redes sociais.

A Páscoa é só o começo. Se esta energia se mantiver, 2025 promete ser um ano de malas feitas e passaportes bem carimbados.