Ciclone Gabrielle devasta a Nova Zelândia: número de mortos sobe para cinco
Este país da Oceânia está habituado à ocorrência de eventos meteorológicos extremos que colocam em perigo milhões de pessoas, mas esta nova tempestade revelou-se um grande teste às defesas do território neozelandês e à resiliência da sua população. Saiba mais aqui!
Desde o passado fim de semana que a Nova Zelândia, e principalmente a ilha mais a Norte, está a ser fustigada pelos efeitos do ciclone tropical Gabrielle. Durante este período registaram-se problemas no abastecimento de energia elétrica, que resultou em mais de 45 mil habitações sem eletricidade. Só no domingo, as autoridades receberam mais de uma centena de pedidos de ajuda, devido à forte precipitação e aos ventos igualmente fortes.
Tendo em conta as consequências da passagem deste ciclone, as autoridades locais já declararam o estado de emergência a nível nacional, que estará em vigor nos próximos 7 dias. Em termos práticos, esta intempérie já afetou a vida de mais de um terço dos cerca de 5 milhões de habitantes do país, com chuvas e ventos extremamente intensos.
Nalgumas regiões costeiras, foram desenvolvidos esforços de evacuação da população, para áreas mais seguras, devido ao risco de inundações relacionadas com a força das marés. As autoridades pediram à população que permanecesse o mais tempo possível nas suas casas, mas sempre preparados para partir a qualquer momento.
Por exemplo, na maior cidade do país, Auckland, as autoridades pediram à população para evitar viagens desnecessárias, evitando a todo o custo locais alagados ou potencialmente alagáveis. Ainda nesta cidade foram instalados vários centros de acolhimento temporário, para receber as mais de 2500 pessoas que foram forçadas a abandonar as suas casas.
Consequências diretas da passagem do ciclone
Os voos domésticos e os voos internacionais foram severamente afetados pela passagem de Gabrielle. Grande parte das ligações aéreas foram canceladas, principalmente as que se dirigiam para a ilha mais a Norte, sendo que uma pequena parte foi desviada para os aeroportos do Sul da Nova Zelândia. A estrada que liga a capital do país, Wellington, a Auckland, que é a maior cidade, esteve encerrada durante várias horas.
A forte chuva que se fez sentir (crê-se que caíram mais de 250 mm de chuva em pouca horas, em Auckland) foi responsável por inundações urbanas (da via pública e de habitações), pelo corte de inúmeras estradas e por deslizamentos de terras. Os ventos fortes foram responsáveis pela queda de algumas estruturas, de árvores e pela interrupção no abastecimento de energia elétrica a milhares de habitações.
Contudo, as consequências mais inesperadas da passagem deste ciclone pela Nova Zelândia estão associadas ao desporto, nomeadamente ao futebol. A seleção portuguesa feminina de futebol está naquele país, pois é lá que se vai disputar um play-off intercontinental de acesso ao próximo Mundial da modalidade.
As más condições meteorológicas, para além de impedirem a normal preparação para os jogos que vão decorrer, nomeadamente o trabalho num campo exterior, atrasaram ainda a chegada de algumas jogadoras que estavam dependentes das ligações aéreas.
Ainda há cerca de duas semanas, a mesma região foi fustigada por uma tempestade que alguns consideraram de dimensões históricas. Em Auckland choveu num dia o equivalente a toda a precipitação que deveria ocorrer no verão. Isto obrigou a que milhares de pessoas fugissem de suas casas, havendo, contudo, a registar cinco vítimas mortais. Não se sabe ainda se esta será o último grande ciclone a atingir estas áreas já tão fustigadas.