Chuvas fortes e calor intenso no início do verão
Em alguns países do hemisfério norte o início do verão caracterizou-se pela ocorrência de precipitação extremamente intensa e ondas de calor com impacto nas populações com perda de vidas humanas e bens.
As regiões mais afectadas devido à precipitação intensa foram o Japão e a China, enquanto que temperaturas extremas afectaram algumas regiões de África, EUA, Canadá, Europa e Sibéria.
Chuvas torrenciais no Japão e China
O Japão sofreu as piores inundações e deslizamentos de terra de há décadas, com muitos valores diários de precipitação ultrapassados. De acordo com dados oficiais do governo, mais de 150 pessoas perderam as vidas e o número de baixas deverá aumentar. Cerca de 10.000 casas foram destruídas e/ou inundadas.
De acordo com a Agência Meteorológica do Japão (JMA), entre 28 de junho e 8 de julho, na região oeste do Japão e em Hokkaido, região Norte, foi ultrapassado o valor máximo absoluto da precipitação em muitas estações (Figura 1), atingindo mesmo duas a quatro vezes a precipitação média mensal para o mês de Julho, provocando deslizamentos de terras, inundações e cheias graves.
Tufão Maria
No dia 11 de Julho o Tufão Maria causou graves deslizamentos de terras nas regiões costeiras da província de Fujian na China, atingindo a categoria 3 da escala de Saffir Simpson, com ventos da ordem de 175 km/h e rajadas de 250 km/h, no seu deslocamento em direção ao norte de Taiwan.
Temperaturas extremas em África
Segundo a Organização Meteorológica Mundial, no dia 28 de junho foi registada em Quriyat, a sul de Muskat, na costa de Omã, um recorde da temperatura mínima mais elevada do globo, 42.6°C.
No deserto do Sahara da Argélia registou-se no dia 5 de julho uma temperatura máxima de 51.0°C, e terá sido a temperatura máxima mais elevada da Argélia. No entanto a temperatura máxima mais elevada de África terá ocorrido na Tunísia, em Kebili, 55°C, em julho de 1931.
Temperaturas extremas na Califórnia, Canadá e Sibéria
Mas foi no Vale da Morte na Califórnia, EUA, que se registou o recorde da temperatura mais elevada do Globo, 56,7°C, no dia 10 de julho de 1913. Este ano no dia 8 de julho registou-se uma temperatura de 52,0°C.
De acordo com os dados da NOAA, o calor extremo atingiu também outras regiões da Califórnia. Em Los Angeles foi atingido um novo recorde mínimo mensal de julho, 26,1°C e foram batidos recordes anteriores da temperatura máxima em Chino, 48,9°C, no aeroporto de Burbank, 45,6°C, e no Aeroporto Van Nuys, 47,2°C.
A província de Quebec, no Canadá, foi atingida por uma forte onda de calor em que dezenas de pessoas perderam a vida, em especial os idosos e os mais vulneráveis.
Durante o mês de junho e início de julho deste ano as temperaturas também foram excepcionalmente altas em grande parte do norte da Sibéria. A região de Krasnoyarsk relatou anomalias diárias de 7°Cacima da média, com incêndios já afetando cerca de 80.000 hectares de floresta.
Seca e calor no norte da Europa
O norte da Europa tem sido afectado por ondas de calor frequentes, com temperaturas acima do normal e vive-se já uma situação de seca que de acordo com o Centro Regional do Clima para Monitorização do Clima da Organização Meteorológica Mundial (OMM), operado pelo Serviço Meteorológico Alemão (DWD), prevê-se que dure até 23 de julho.
As temperaturas acima do normal continuarão no norte da Europa (da Irlanda aos Estados Bálticos e ao sul da Escandinávia), com anomalias semanais da temperatura a variarem entre +3 e + 6°C.
Segundo o Serviço Meteorológico do Reino Unido algumas regiões tinham atingido os 28°C ou mais, pelo 16º dia consecutivo. Depois de um mês de junho excepcionalmente quente, a onda de calor no Reino Unido continuou em julho.
Para algumas regiões do norte da Europa, o mês de junho de 2018 foi um dos mais secos e quentes registados.