China revela novas imagens da superfície da Lua
A Administração Espacial Nacional da China revelou recentemente fotografias fascinantes da superfície lunar captadas pelo veículo espacial Yutu-2 na missão Chang'e-4. Estas incríveis imagens estão acessíveis ao público. Contamos-lhe tudo aqui!
Desde que fez uma aterragem histórica a 3 de janeiro de 2019, a missão Chang'e-4 e o seu veículo espacial Yutu-2 estão ocupados a explorar a superfície lunar. Recentemente, a missão completou o seu primeiro ano de operações e o veículo tornou-se no primeiro a viajar um recorde de 357.695 metros no lado oposto da Lua. A missão providenciou também imagens verdadeiramente fascinantes da superfície lunar.
Graças aos dados divulgados no dia 20 de janeiro, o público tem agora acesso às imagens de alta resolução captadas pela missão Chang'e-4. Os dados, divulgados pelo Sistema de Investigação e Aplicação em Terra (GRAS) do Projeto de Exploração Lunar da China, incluem imagens do lado oposto da Lua que foram fotografadas com a câmara de terreno e a câmara panorâmica do veículo espacial Yutu-2.
Incluídas nestes dados estão muitas imagens da Cratera Von Kármán (localizada na Bacia do Pólo Sul-Aitken), onde o veículo terrestre e o rover fizeram a sua suave aterragem no ano passado. Estas imagens apresentam fotos a curta e a longa distância de tudo o que envolvia o veículo terrestre e o veículo espacial.
Os dados foram transmitidos de volta à Terra através da sonda espacial Queqiao, que atua como um retransmissor de comunicação para os elementos à superfície, da missão. Estas imagens são uma retrospectiva, como que a fornecerem uma linha do tempo visual para os principais pontos da missão, além de realçarem o ambiente em redor dos veículos espaciais.
Imagens fornecidas pelo Programa Chang'e
Para tornar todas estas imagens acessíveis ao público, a equipa do GRAS enviou o arquivo completo dos dados da missão para um site usado pelos serviços de informação do Programa de Exploração Lunar da China, também conhecido por Programa Chang'e.
A libertação destes dados já estão a provocar enorme alvoroço na comunidade astronómica. Tal como relata a Space.com, Doug Ellison, líder da equipa de câmaras de engenharia da missão do rover Curiosity no Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA, descarregou uma série de dados, processou muitas das imagens e disponibilizou-as numa galeria (clique aqui).
As imagens processadas revelam vistas ampliadas de pequenas crateras e solo lunar (também conhecido por rególito) na base da cratera Von Kármán. Também são observáveis fotografias do horizonte distante, várias fotos dos veículos espaciais (lander e rover) e as marcas das rodas do Yutu-2 no solo.
Por estarem sincronizados com as marés do nosso planeta, cada dia lunar é equivalente a cerca de 14 dias terrestres e, durante esse período, o Sol está constantemente no céu. Seguem-se as noites lunares (também 14 dias terrestres), caracterizadas por condições atmosféricas extremamente frias. Como o lander e o rover são movidos a energia solar, entram no modo de hibernação durante uma noite lunar e despertam novamente 24 a 48 horas após o início do dia lunar seguinte.
Missões futuras
Já a planear o futuro, a Administração Espacial Nacional da China (CNSA) quer concretizar mais missões na Lua, incluindo a missão Chang’e-5 que irá aterrar na Lua no final de 2020. A seguir virão as missões Chang’e-6 and Chang’e-7, que serão lançadas respetivamente em 2024 e 2023, cuja aterragem será também na Bacia do Pólo Sul-Aitken.
A missão final, Chang’e-8 (agendada para 2027), vai testar tecnologias e estabelecer as bases para a primeira missão lunar tripulada da China. Esta missão está programada para ocorrer na década de 2030. Estes são tempos excitantes para a exploração espacial! Se, e quando a humanidade estabelecer um posto avançado permanente na Lua, podemos esperar que vários países tenham auxiliado na sua construção.