China enfrenta seca e a mais longa e intensa onda de calor desde 1961!
Este verão a China enfrenta uma das mais duras e longas ondas de calor desde que possui registos completos de observação meteorológica. Além disso, sofre também com uma devastadora seca que está a colocar muitos problemas ao país. Saiba mais aqui!
Segundo a mais recente atualização da monitorização levada a cabo pelo Centro Climático de Pequim (Beijing Climate Center – BCC), e tendo em conta a intensidade média dos eventos de ondas de calor, a escala de impacto e a sua duração, a intensidade combinada dos eventos de onda de calor regionais da China desde 13 de junho atingiu recentemente (25 de agosto) a intensidade mais forte desde que existe o mais completo registo de observações meteorológicas.
O processo tem-se caracterizado por uma longa duração, grande alcance e forte intensidade. A 25 de agosto, este evento de onda de calor já havia atingido os 75 dias, o mais longo desde 1961, ultrapassando o recorde de 62 dias registado em 2013.
Um impressionante número de dias de altas temperaturas bateu todos os recordes prévios
A temperatura acima de 35 ºC foi registada em 1680 observatórios meteorológicos e a temperatura de acima de 37 ºC foi atingida em 1426 observatórios meteorológicos. Estes dois valores ocupam o segundo lugar na História. A temperatura acima de 40 ºC registada noutros locais tornou-se a maior da História, segundo aponta a China Meteorological News Press.
Este verão - entre 1 de junho a 25 de agosto - o número médio de dias com temperatura elevada na China foi de 12 dias, 5.1 dias mais do que no mesmo período em anos normais em termos climatológicos, fazendo com que o verão de 2022 dispare diretamente para o primeiro lugar desde que os registos completos de observação meteorológica tiveram início no início da década de 60 do século XX.
Este verão o número de dias com elevadas temperaturas em 10 províncias – as regiões autónomas de Henan, Jiangsu, Anhui, Zhejiang, Hubei, Jiangxi, Guizhou, Sichuan, Shaanxi e Xinjiang - tem sido o mais elevado em comparação com o mesmo período da história desde 1961.
E noutras seis províncias - incluindo regiões autónomas e municípios - Hunan, Shandong, Gansu, Ningxia, Yunnan e Xangai - este mesmo elemento climático foi o segundo mais elevado.
Um total de 914 observatórios meteorológicos nacionais - correspondentes a 37,7% do número total de observatórios meteorológicos nacionais na China - atingiram a norma para eventos de ondas de calor extremas.
Em 262 destes, situados em Hebei, Shaanxi, Sichuan, Hubei, Jiangsu, Zhejiang, Fujian, Guangdong, Qinghai e alguns outros lugares, os registos históricos de temperatura máxima foram igualados ou até mesmo superados!
Uma devastadora seca recorde também está a afetar o país
Uma seca devastadora, agravada pela onda de calor recorde, abrange metade da China. Atingiu o planalto tibetano, normalmente frio, e está a colocar em risco as colheitas de outono.
Em algumas partes do Sul do país, onde não chove há mais de dois meses e meio, as autoridades decidiram usar varetas de iodeto de prata para induzir a queda de chuva. A província de Sichuan, onde se situa o terceiro maior rio do mundo - o Yangtze - foi severamente afetada. Este verão, o nível da água baixou drasticamente e há secções do rio completamente secas.
Normalmente, o Yangtze fornece água a mais de 400 milhões de pessoas. As centrais hidroelétricas nele localizadas, e nos seus afluentes, produzem 80% da eletricidade da região. Mas agora, com os cortes na eletricidade, várias empresas tiveram de fechar e foi pedido aos trabalhadores para usarem as escadas em vez dos elevadores.
Como se não bastasse, o maior lago de água doce da China entrou na estação seca antes do previsto por causa do calor extremo.