Chegou Alex, o primeiro ciclone tropical da temporada no Atlântico
Apenas três dias após começar a temporada de furacões no Atlântico, que se prevê bastante ativa, é possível que assistamos ao nascimento do primeiro ciclone tropical: Alex. Quando é esperado? Que áreas serão mais afetadas? Contamos aqui.
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A temporada dos furacões no Atlântico deu o pontapé de saída esta semana, e irá terminar a 30 de setembro. Segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC), esta temporada será muito mais ativa do que o normal, com 13 a 15 sistemas previstos, dos quais, 6 a 10 se tornarão furacões. Metade destes poderão ser "majors" (categoria 3 ou superior na Escala de Saffir Simpson, com ventos sustentados de mais de 176 km/h).
O NHC tem vindo a informar há dois dias que o antigo Invest 91L, e agora denominado Potencial Ciclone Tropical #1, poderá tornar-se durante os próximos dias o primeiro furacão da temporada no Atlântico. Saliente-se que estes são os remanescentes do furacão Agatha, que atingiu Oaxaca (México) há alguns dias atrás.
O sistema de baixa pressão está situado no Golfo do México, com ventos sustentados de 64,82 km/h, uma pressão mínima de 1003 hPa e está a deslocar-se na direção nordeste a 19 km/h. Segundo a agência, este sistema tem uma probabilidade muito elevada de aumentar de intensidade e tornar-se o primeiro ciclone tropical da temporada no Atlântico. Se assim for, o seu nome será Alex.
Alex poderá "nascer" na Flórida
Segundos os modelos de previsão, espera-se que o potencial ciclone tropical aterre na península da Flórida durante a tarde, podendo mesmo emergir para o Atlântico já como um ciclone tropical, avançando para nordeste para o norte das Bahamas no domingo, e a norte das Bermudas no final de segunda-feira.
11 PM EDT Jun 3 Key Messages for Potential Tropical Cyclone One: Considerable flash and urban flooding is possible across South Florida and the Keys through Saturday. Heavy rains also expected across portions of Cuba and the northwestern Bahamas.https://t.co/SqllKmTpVd pic.twitter.com/zO0hcKefdd
— National Hurricane Center (@NHC_Atlantic) June 4, 2022
Após a sua passagem pela Flórida, espera-se que o sistema desenvolva um centro bem definido e se fortaleça, aproximadamente durante o resto do fim de semana e no início da próxima semana, onde se situaria sobre a parte ocidental do Atlântico Norte.
Fenómenos meteorológicos associados
O sistema deixará à sua passagem ventos fortes, chuva, marés de tempestade e até mesmo algum tornado. À medida que o ciclone se for intensificando, o mesmo acontecerá com os fenómenos meteorológicos associados.
Chuva
O potencial ciclone tropical continuará a produzir fortes chuvas nas próximas horas no noroeste das Bahamas, em Los Cayos, no sul da Flórida e na Flórida Central. A precipitação poderá causar inundações repentinas e urbanas consideráveis, pelo que existe um risco significativo de deslizamentos de terra.
Vento
A curto prazo, espera-se que o sistema continue a comportar-se como uma tempestade tropical, isto é, com ventos entre 63 e 118 km/h em torno do seu centro.
Maré de tempestade
A combinação de uma maré de tempestade com as condições próprias das marés fazem com que as áreas próximas da costa fiquem completamente inundadas. Se a ondulação máxima coincidir com a maré alta, o nível do mar poderá subir cerca de um metro na extremidade noroeste das Bahamas.
If you live in or are visiting the Florida Keys, here's what you can expect overnight and on Saturday from Potential Tropical Cyclone One, courtesy of @NWSKeyWest. https://t.co/hHgznVP4O8
— National Hurricane Center (@NHC_Atlantic) June 4, 2022
As inundações associadas às marés de tempestade dependem do momento relativo da ondulação e do ciclo das marés, e podem variar muito em curtas distâncias.
Tornados
Durante o dia de hoje, há também a possibilidade de alguns tornados se formarem a sul da península da Flórida e em Los Cayos.
Rumo à Europa?
Devido à sua intensificação no Atlântico Norte durante o fim de semana, é aconselhável prestar atenção às atualizações dos organismos oficiais. No caso hipotético de se deslocar por todo o Atlântico de oeste para leste, tal como o nosso modelo projeta atualmente, poderia aproximar-se do continente europeu, embora já como um ciclone extratropical ou com algumas características subtropicais ao interagir com algumas ondas, embora a incerteza seja ainda muito elevada.