Cautela: avistamento de caravelas-portuguesas tem vindo a aumentar na última semana de Norte a Sul do país
O IPMA lançou uma nota informativa de que o registo de avistamento de caravelas-portuguesas na nossa costa tem vindo a aumentar na última semana. Saiba mais aqui!
A caravela-portuguesa (Physalia physalis) distribui-se pelas bacias do Atlântico, Pacífico e Índico, nomeadamente em águas mais quentes. Em Portugal encontra-se com frequência nos Açores e na Madeira e, ocasionalmente, junto à costa continental portuguesa.
Porém, o IPMA lançou uma nota a informar que o avistamento deste cnidário tem vindo a aumentar na última semana, junto à costa do continente, especificamente entre Espinho e Sines. Provavelmente devido ao aumento da temperatura da água do mar.
Cuidados a ter aquando o avistamento de caravelas-portuguesas
Esta espécie de cnidário tem o nome de "caravela-portuguesa" devido à semelhança com as caravelas portuguesas da época dos descobrimentos. O veneno desta é idêntico ao da aranha Viúva-negra, pelo que causa dores extremamente fortes e queimaduras, que podem ser de terceiro grau, levando à formação de cicatrizes, que poderão ser permanentes.
Estas queimaduras podem ocorrer pelo contacto com o animal, mesmo que este esteja morto. Principalmente por estes motivos, convém redobrarmos a atenção sempre que frequentarmos uma praia.
Este ser vivo não nada, é através da sua vesícula gasosa (que pode ascender 15 cm acima da superfície da água) que este se desloca, sendo levado pelo vento e pelas correntes marinhas (tal como os barcos à vela).
Em caso de contacto com uma caravela-portuguesa, o IPMA aconselha: |
Lave a zona afetada cuidadosamente com água do mar sem esfregar; |
Remova possíveis vestígios da pele com uma pinça; |
Aplique compressas quentes (40º C) durante 20 minutos ou vinagre sem diluir; |
Procure sempre um profissional de saúde. |
Fonte: IPMA. |
Se por acaso avistar um destes animais, informe as pessoas à volta. O IPMA incita a que a população participe na monitorização deste ser vivo, a partir da app GelAvista, que está disponível para Android e IOS.
Os detalhes de maior importância a referir são o local, data e hora, o número estimado de organismos observados e, uma fotografia que permita a identificação da espécie (se possível junto de um objeto que sirva de referência de escala).
Alforreca vs. caravela-portuguesa
As alforrecas, também conhecidas como águas-vivas, têm um corpo em forma de cogumelo, de aspeto gelatinoso. Os tentáculos, longos e finos, sob o corpo, estão cobertos de pequenas bolsas venenosas. As alforrecas vivem em várias zonas do mundo e podem ser encontradas em águas de profundidade variável.
A caravela-portuguesa é frequentemente confundida com uma alforreca, mas não o é. A caravela-portuguesa flutua na água, não nada como as alforrecas. Move-se pelos oceanos empurrada pelo vento, como já referimos.
A caravela-portuguesa tem uma bolsa cheia de gás de cor roxa-azulada e tentáculos, que podem chegar aos 20 metros. Tem tendência para permanecer à superfície das águas em horas de sol menos intenso, pelo que é maior o risco de ser encontrada pela manhã, ao final da tarde e à noite.